Capítulo 18

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(...)

Estávamos na sala precisa, o primeiro feitiço que o Malfoy foi tentar me ensinar foi o Wingardium Leviosa, eu sempre quis tentar esse feitiço, mas nunca imaginaria que seria tão difícil.

-Meus deuses, que difícil.-Resmunguei, pela décima quinta vez, fazendo Malfoy soltar um riso áspero, ele não tinha lá muita paciência pra ser professor, mas estava tentando ao máximo ser paciente, era possível perceber pelas longas respirações que ele dava enquanto me dizia a mesma coisa em pequenas frações de tempo.

-Preste atenção, os movimentos tem que ser exatos para o feitiço dar certo.-Diz, novamente.

-Deuses.-Digo, chateada e sento no chão com uma cara irritada.

-Se toda vez que você fizer um feitiço e ele não funcionar, e você desistir, você nunca irá evoluir, não é assim que as coisas funcionam, se não deu certo agora poderá dar no futuro.-Ele diz de forma bem seria.

Respiro fundo, e me levanto, esse é um exercício do primeiro ano, como que eu não consigo fazer isso?

-Você precisa ficar calma, e fazer os movimentos com delicadeza, além de dizer as palavras corretas.-Diz, Malfoy.

-Wingardium Leviosa!-Digo, faço os movimentos de forma calma e tento ser delicada, fecho os olhos e movimento a varinha novamente.

-Eu sabia que conseguiria.-Diz, Malfoy, ele parecia orgulhoso, e isso me fez abrir um sorriso, e em seguida abrir os olhos que estavam fechados até então.

-Obrigada, Malfoy.-Digo, o abraçando.

Ele envolve meu corpo com seus braços, e ficamos ali por alguns segundos, até eu ouvir o nome do Malfoy em tom pejorativo vindo do outro lado da sala.

-Malfoy!-Diz, Rony.-O que está fazendo aqui?

-Não lhe devo satisfações da minha vida, Weasley.-Diz, Malfoy. É tão surpreendente como ele muda quando outras pessoas estão perto, assumindo sua pose de garoto chato e metido.

-Esse lugar é nosso, você não pode vir aqui.-Continua, Rony, com os braços cruzados, ele olhava para Harry afim de que ele o apoiasse.

-A sala precisa é de Hogwarts, Ron, e se ela apareceu a eles, não devemos contestar.-Diz, Harry, ele me olha com cumplicidade, coisa essa que não entendo, mas agradeço balançando levemente a cabeça pra frente de forma afirmativa.-Vamos, até mais, Maia.

Harry e Rony saem da sala, mas alguém que eu não percebi que estava ali me encara magoado, Nico, e depois sai. Ele não tem o direito de sentir ciúmes.

-Vamos continuar, avançaremos um pouco, treinaremos o feitiço Expelliarmos.

Céus, estou perdida.

(...)

Eu estava simplesmente exausta, fiquei com o Malfoy na sala precisa por um bom tempo, provavelmente devo ter perdido alguma aula, mas eu aprendi três feitiços, Accio, Expelliarmos, e Wingardium Leviosa, estou orgulhosa de mim.
Estou aqui largada na cama, pensando na vida, hmmm, eu preciso mesmo pintar o cabelo, tá beeeem desbotado, e eu estou bem cansada desse rosa, e minha raiz cresceu de um jeito, que pelos deuses, tá quilométrica.
Rolo pela cama e caiu no chão, pego a tinta no baú, e vou para o banheiro, preciso fazer minha arte.

(...)

Após toda a lambança, finalmente acabo de pintar o meu cabelo, gostei muito do resultado, mudar o cabelo me deixa muito feliz, eu me sinto mais bonita, não queria que a minha autoestima estivesse ligada com meu cabelo, mas ela está, se meu cabelo está um lixo, eu me sinto um lixo.

(...)

-Por que está andando tanto com o Malfoy?-Questiona, Hermione. Enquanto retiro minha atenção do livro e olho confusa para ela.

-Ele é legal.-Digo dando os ombros.

-Maia, não quero ser chata, tampouco intrometida, apenas peço que tome cuidado com o Malfoy, por favor.-Diz, com ternura.

-Tudo bem, Hermione, obrigada pela preocupação.-Dou um sorriso sincero.

-Como anda sua evolução mágica?-Diz, se sentando ao meu lado na grama.

-Aaah, incrível, eu já consigo executar três feitiços perfeitamente.

-Se precisar de ajuda, estou disposta a te ajudar.

-Sério? Muito obrigada! Será de grande ajuda.-Digo, feliz. 

-Disponha. Precisamos conversar sobre algo que não daí da minha cabeça.-Diz, Hermione, assumindo uma pose muito séria.

-Claro, o que está acontecendo?-Digo, preocupada.

-Maia, quando você foi sequestrada por você sabe quem, havia mais alguém lá?-Pergunta.

-Havia a mulher com o capuz, hmm, não vi o lorde das trevas, mas reconheci os comensais da morte.-Digo, me esforçando pra lembrar.

-Quando Malfoy nos avisou que você havia sumido, fomos procurar seu pai e ir a sua procura, Maia, você estava presa na mansão Malfoy.-Diz.

-Seguindo sua linha de raciocínio, por que o Malfoy avisou vocês sobre meu desaparecimento?-Pergunto, intrigada.

-Pra você confiar nele, eu estou achando que ele é um espião de você sabe quem.

-Hermione, isso é bem válido.-Digo, preocupada.

   Infelizmente eu me apeguei ao Malfoy, mesmo tenho a ciência de como ele se mostrava ser antes de me aproximar, entretanto agora eu conheço um terço de quem ele é de verdade, ele é bom e gentil, só não tem a dádiva da escolha.

-Como era a vestimenta da mulher que lhe torturava?-Pergunta, Hermione, retorna ao assunto.

-Ela usava um vestido negro, similar aos dos gregos, o que me faz pensar que ou ela é uma deusa, ou ela é uma grega, ela usava uma capa que parecia sombras, era algo incrível.-Digo.

-Eu comecei a pesquisar muito sobre Deuses gregos após a chegadas de vocês aqui em Hogwarts, vejo que seus Deuses tem características humanas.-Diz, curiosa.

-Nossos Deuses são imortais, mas eles são humanos, obviamente com poderes e controle sobre específicos departamentos.-Digo, rindo.

-Como eles tem características humanas, eles sentem inveja, rancor, ódio, e sentimentos negativos.-Afirma, Hermione. Balanço a cabeça afirmativamente esperando ela continuar.-Há alguma possibilidade de ser uma deusa magoada, usando em base as informações que você me deu recentemente?

-Sim.-Digo.

-Devemos procurar imagens de esculturas dos Deuses gregos pra ver se você consegue identificar a mulher.-Diz, Hermione, sabiamente.

    Nós levantamos e fomos até meu quarto, pegar o meu livro, e depois partimos em direção para a biblioteca.

(...)

Semideusa: A Filha de HécateOnde as histórias ganham vida. Descobre agora