Capítulo 20

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(...)

Após passar mais de quatro horas estudando Nix e Proserpina, saio da biblioteca deixando Hermione e Annabeth continuarem o trabalho, estou em exaustão mental.
Enquanto ando pelos corredores preguiçosamente, escuto vozes, uma voz conhecida e outra nem tanto, uma das vozes é Malfoy, e pelo que consigo ouvir, eu sou o assunto.

-Qual é, Malfoy? Você está muito diferente, não parece estar fingindo e sim gostando da garota de verdade.-Diz, o cara.

-Não se meta nos meus planos, Zabini, eu sei muito bem o que eu estou fazendo, eu sou um ótimo mentiroso, como você deveria saber.-Diz, sinto uma pontada de narcisismo em suas palavras. Draco Malfoy é mesmo um pilantra, não acredito que estava ponderando ter algo além do que uns beijos na torre de astronomia.

Respiro fundo, e saindo do meu esconderijo, passo pelos dois lentamente, não conseguindo evitar de lançar um olhar raivoso pra Zabini e um magoado pro Malfoy, era quase imperceptível, mas poderia jurar que vi Malfoy ficar mais branco do que ja era. Assim que viro o corredor, escuto passos atrás de mim, orando para os deuses que seja Malfoy, pra mim dar umas belas bofetadas em sua carranca branca.

-Ei, Maia, espera.-Diz, com a mão no meu braço, olho pra ele brava e ele retira sua mão.-Me desculpa.

-Qual é a sua? O que você quer?-Digo, brava.

-Tudo bem, eu vou te contar a verdade, mas não aqui, não podem ouvir.-Diz, suspirando.

-Tá, vamos.-Digo, começo a andar rapidamente até a torre de astronomia, a noite, ela fica tão esplêndida, ainda mais as noites que a lua nos permite admira-lá, me aproximo da janela, e Malfoy me acompanha, é tão curioso como ele se torna mais bonito com a lua iluminando seu rosto.

-Eu precisava seduzir você, e depois te matar.-Diz, rapidamente.

-Creio que não está fazendo seu trabalho direito, você não devia ter me contado isso.-Digo.

-Eu não vou mais fazer isso, Maia.-Diz, tocando meu rosto.

-Eu não tenho medo da morte, Malfoy.-Digo me afastando.-Mas isso não significa que ainda confie em você, eu gosto de você, você me atrai e é inteligente, mas eu não confio em você, e confiança é algo importante pra mim.

  Saio andando muito rápido  para evitar ser seguida por Malfoy. Ao chegar no meu quarto, me jogo na cama e começo a chorar de frustração.

(...)

    Passei uns dias evitando Malfoy, não gosto dessa atitude, mas é necessária. Nico se aproximou repentinamente, está dando vários sinais sobre nós, o que me deixou satisfeita, conheci lados do Nico que nunca imaginei que conheceria.
   Estou tão parada ultimamente, que eu levanto a perna três centímetros mais alto do que o habitual, e já sinto dor. Por isso preciso me alongar, fazer yoga e praticar jiu-jitsu.
   Quando pequena eu gostava de fazer várias lutas e cursos, pra fazer novos amigos e não me sentir sozinha, resumindo, eu sei fazer de tudo um pouco.
  Vou para os jardins achando a árvore que estou habitualmente acostumada, gosto de ler em baixo dela, dormir, escrever, ela é bem grande e verde, incrivelmente em baixo dela sempre tem uma brisa leve.
   Começo estralando as partes possíveis do meu corpo, em seguida levando as minhas mãos para os pés, repito mais uma vez, alongo os ombros, os pés, e o restante do corpo.
  Começando a fazer yoga na posição da cobra.

-Não dói?-Pergunta, Nico, de repente.

-Estou acostumada.-Digo, mundano para a posição da criança.

-Essa é muito simples.-Diz, dando os ombros, ele se posiciona ao meu lado e me imita.

-Yoga é simples, apenas requer prática.-Digo, ficando na posição do camelo.

-Não consigo fazer essa.-Diz, com dificuldade de colocar as mãos nos pés. Dou risada e me levanto.

-Já que você está interessado em treinar comigo, vou facilitar pra você e deixar você escolher o que iremos treinar.-Digo, saindo da posição.

-Bom, antigamente, eu não era bom em combate corpo a corpo, nas lutas sempre usei meus poderes, mas atualmente eu estou me desenferrujando na luta e treinando com espadas, seria legal continuar treinar enquanto estamos aqui.-Diz, Nico.

-Eu treinei esgrima por uns anos, mas não sei se conseguiria lutar com você, apenas prometa que pegará leve comigo.-Digo, singelamente.

-Eu prometo, nunca machucaria você.-Ele diz e depois sorri.

  Me concentro e penso em duas espadas, e elas surgem do chão, se materializando do ar.

-Eu sei fazer algo parecido.-Diz, Nico. Ele fecha seus olhos e passa sua mão por cima da outra, moldando, creio eu, uma espada, e é exatamente isso que surge em sua mão, uma espada negra, que brilhou com o pequeno feixe de luz que bateu em sua lâmina.

-Que fantástico!-Exclamo, me concentrando e fazendo a outra espada sumir.

   Começamos timidamente, estava com medo de machucar o Nico, pois era uma das melhores alunas da minha turma, e como disse ele, ele estava meio enferrujado.
  Depois de um minuto, já estávamos lutando ferozmente, com golpes precisos e cuidadosos para nenhum dos dois saírem feridos, creio que visto de fora a luta tivesse um ar meio agressivo e competitivo. A luta acaba comigo derrubando a espada de Nico bem longe, dando um sorriso vitorioso, enquanto ele arfa cansado.

-Obrigada, obrigada.-Agradeço ao ar.

-Não sabia que era tão boa.-Diz, Nico, se sentando no chão, me junto a ele.

-Quando cheguei no acampamento fiquei com vergonha de lutar da maneira em que eu sabia, então deixei Anne me ensinar, mas sinceramente, prefiro muito mais o modo como sempre lutei.-Digo, prendendo o cabelo, e bebendo água, a oferecendo para o Nico, que a aceita de bom grado.

-Você luta lindamente, há várias coisas que você faz lindamente.-Ele sorri.-Eu tenho curiosidade em saber que outras coisas você faz lindamente.-Ele diz se aproximando.

   Suas mãos vão para minha cintura e seus lábios vão de encontro ao meu, me deixando surpresa por um pequeno momento, apenas por um pequeno momento, assim que a surpresa passa, me prontifico de corresponde-ló.

(...)

Semideusa: A Filha de HécateOnde as histórias ganham vida. Descobre agora