Arthur sorriu, satisfeito.- Vai contar para o papai, não vai?
- Claro. E ele vai querer brincar também. É um lindo avião.
O menino fez movimentos circulares no ar com o brinquedo novo.
- Parece com aquele que me levou para Nova York e de volta para casa. Foi divertido. Mandei cartões-postais para todo mundo agradecendo. Gostou do seu? Fiz quase tudo sozinho.
- Adorei! - Anny passou a mão no bolso, onde guardara o bilhete de agradecimento de Arthur, todo colorido. - Foi muito educado de sua parte. Agiu como um perfeito cavalheiro e fez o mesmo com Angel, Jack e meus avós.
- Disseram que posso voltar a Nova York sempre que quiser. Juan falou que posso ficar na casa dele.
- Você gostaria?
- Sim. Ele sabe mexer as orelhas.
- Sei disso.
- Anny?
Ela se abaixara para afagar Pancho e relanceou um olhar para Arthur, que a fitava com expressão séria. A mesma expressão intensa e pensativa de Alfonso, pensou, voltando a sentir um estranho e absurdo mal-estar.
- O que é, meu querido?
- Podemos... sentar naquela mureta e conversar sobre... coisas?
- Sem dúvida! - Com gestos solenes, Anny levantou a criança e colocou-a sentada na mureta em frente ao prédio da faculdade. Ergueu o cachorro também, e em seguida, dando impulso, sentou-se ao lado dos dois. - Do que se trata?
- Estava pensando...
Arthur interrompeu-se, observando Pancho soltar-se, pular para a grama e começar a farejar. Conversara com seus amigos. Em Nova York com Max, e na escola com Diego. Era um segredo. Tinham cuspido na palma da mão para selar o acordo. Continuou:
- Você gosta do meu pai?
- Sim. Gosto muito.
- E gosta de crianças como eu?
- Sim. Especialmente de você. - Anny passou um braço pelos ombros de Arthur. - Somos amigos.
- Eu e papai também gostamos de você. Muito. Então, estava pensando... - Encarou-a com o olhar honesto e puro de um menino de seis anos. - Quer casar com a gente?
Anny sentiu um baque no coração. Era uma das maiores emoções de sua vida. Só conseguiu murmurar:
- Arthur...
- Se casasse, poderia vir morar na nossa casa. Papai está arrumando tudo muito bem. E temos um quintal, e tudo mais, e vamos plantar um jardim em breve. Poderia tomar o café da manhã conosco, depois iria para a sua escola e ensinaria as pessoas a dançar. Então voltaria para casa. É tudo muito perto.
Envolta em um redemoinho de sentimentos e emoções, Anny apoiou o queixo no alto da cabecinha loura.
- Meu Deus...
- Papai é muito bom - continuou o garoto. - Quase nunca grita. Só não tem uma esposa porque minha mãe foi para o céu. Gostaria que tivesse ficado conosco, mas precisou ir.
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I really like you
FanfictionEla faria com que tudo fosse perfeito. Cada centímetro, cada recanto, cada detalhe seria elaborado do modo como desejava e visualizava, até que seu sonho se tornasse realidade. Afinal, contentar-se com menos do que a perfeição era perda de tempo. E...