water bottle

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— Como não? – o garoto dos cabelos cacheados e olhos verdes perguntou, assustando-se com o próprio tom de voz usado. Levou as mãos até a boca, tapando-a por alguns instantes enquanto encarava Louis arqueando uma de suas sobrancelhas e cruzando seus braços.

— Não. – o atendente deu de ombros.

De onde aquele garoto havia tirado essa ideia? Louis nem ao menos conseguiu aprender como preparar uma xícara de café simples com creme de caramelo e chocolate na borda. Estava no seu primeiro dia de trabalho novo desde que havia sido despedido da loja de sapatos onde trabalhou por um ano e meio. Cadarços e chantilly em pó ainda eram detalhes extremamente distintos dentro da cabeça do rapaz dos olhos azuis.

— Em primeiro lugar, esse é o meu primeiro dia... – confessou, soando de forma mais sincera que o planejado. Não queria que aquele garoto pensasse que Louis fosse um completo incompetente. – E para constar, eu ainda nem sei onde o açúcar fica guardado... – suspirou fundo, forçando um sorriso. – Em segundo lugar, você é muito jovem para ficar misturando esses tipos de ingrediente no seu estômago... Você quer mesmo acabar passando mal antes de ir para a aula? Quer passar vergonha na frente de seus amigos e da garotinha que você gosta? – Louis perguntou, inclinando seu rosto na direção de seu primeiro cliente do dia.

— Você não pode me dizer o que eu devo ou não beber! – Harry rebateu, cruzando seus braços. Odiava tratar pessoas desconhecidas de forma rude e exagerada, mas aquele atendente novo estava conseguindo fazer com que o garoto começasse a perder sua paciência.

Estava de manhã e Harry ainda não havia bebido seu café, o que resultava em seu humor matinal facilmente reduzido e um desespero por pensar estar atrasado para a escola crescendo cada vez mais dentro de si.

— E eu não gosto de garotas! – o rapaz dos olhos verdes rebateu, agarrando uma pequena garrafa de água disposta em cima do balcão que o separava do corpo de Louis.

Começou a caminhar em direção à saída daquele estabelecimento, decidindo que estava atrasado o suficiente para continuar mais alguns instantes ali. Abriu a porta da cafeteria enquanto planejava dentro de sua cabeça que não desistiria do pedido feito anteriormente. Iria acordar ainda mais cedo no dia seguinte e permaneceria ali até aquele atendente ser capaz de entregar-lhe o café desejado.

— E o açúcar fica na segunda prateleira, ao lado do armário de biscoitos. – alertou, lançando um mínimo sorriso na direção de Louis, que permaneceu em seu lugar enquanto começava a escorar-se no balcão e assistia a imagem de seu cliente prestes a sumir de vista.

Harry havia levado aquela garrafa de água sem pagar, mas ajudou Louis a descobrir onde o dono daquela cafeteria guardava o açúcar.

O garoto também acabou revelando algo sobre sua sexualidade, e Louis nunca se identificou tanto com uma pessoa daquela maneira logo pela manhã.


coffee shop // larry stylinsonKde žijí příběhy. Začni objevovat