frappé

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 Harry não apareceu naquela manhã.

Louis passou duas horas – pelo que ele acabou conseguindo contar no relógio pendurado na parede – sentado meio de lado, com os braços apoiados no balcão e um lado de suas bochechas sendo esmagado pela palma aberta de sua mão. Um bico imenso havia se instalado em seus lábios.

Nenhuma mensagem. Nenhuma ligação. Nenhum bom dia.

Não que Louis estivesse se sentindo extremamente dependente disso, ele só achava que, depois daquela noite anterior, com beijos de mentira, namoros de mentira e ligações preocupadas – de mentira –, no mínimo Harry chegaria saltitando na cafeteria pela manhã, com um sorriso brilhante em seu rosto e um "bom dia, namoradinho de mentira!" antes de deixar um beijo no canto da boca do rapaz dos olhos azuis.

Mas como tudo aquilo não passava de uma grande mentira, Louis já havia se tocado que, talvez, aquela parte de sua imaginação fértil fosse um pouco difícil de acontecer.

Então era isso? Harry realmente não estava no clima para bancar o 'namorado de verdade' de Louis, e agora o rapaz dos olhos azuis teria que dar um jeito de engolir todo aquele nervosismo que se instalava no topo de sua garganta toda vez que ele pensava em mandar uma mensagem à Harry, perguntando se ele dormiu bem, ou esperar até o final do dia para convidá-lo para dar uma volta.

Louis se sentia um tremendo idiota. Primeiro Harry chega, por mais que ele soubesse que o garoto dos olhos verdes sempre passou por ali, todas as manhãs, antes de ir para a escola. Depois, começa a infernizar a vida daquele pobre atendente – agora não tão inexperiente assim – com pedidos para lá de complicados, que na cabeça de Louis, uma pessoa só seria capaz de montar uma bebida ou um bolinho daqueles depois de um ano inteiro de práticas e exercícios culinários.

E agora, Harry some. Ou melhor, no dia anterior age como se Louis realmente fosse um 'paquerinha', e no dia seguinte, desaparece. Como se aquilo não fosse fazer o rapaz dos olhos azuis ficar esperando por uma visita, uma mensagem ou uma simples ligação.

Mas e se Louis estivesse ficando... Maluco?

Do tipo "estou maluco porque estou começando a gostar de Harry"...

Ele certamente se odiaria por isso.

Entretanto, era impossível negar que Harry realmente fazia coisas acontecerem em Louis. Respiração falha, o coração saltando no peito, quase escorregando para fora da boca, as palavras não conseguindo ser totalmente dominadas quando Harry perguntava algo para Louis e esperava ele responder, e principalmente, as pontas dos dedos fervendo todas as vezes em que eles tocavam a pele do garoto dos olhos verdes.

E o que raios era aquilo?!

Louis não saberia responder. A palavra 'paixão' não sairia da boca dele, nem que lhe pagassem ou o torturassem psicologicamente.

Mas Louis sabia que gostava de Harry, pelo menos um pouquinho. O suficiente para conseguir sentir falta do garoto depois de algum tempo sem ver os olhos verdes piscando rápido em sua direção, ou a boca rosada fazendo um pequeno bico quando o atendente se recusava a realizar algum pedido do garoto mais novo.

E se lhe perguntassem, ele não saberia responder o exato motivo. Talvez fosse porque Harry era implicante demais, ou teimoso demais, e Louis nunca havia passado por uma situação daquelas. Por mais que algumas coisas na sua vida fossem um pouco difíceis de alcançar, em termos de relações amorosas, Louis nunca havia achado qualquer dificuldade ou obstáculo para fazer acontecer.

coffee shop // larry stylinsonOnde histórias criam vida. Descubra agora