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 Louis estava nervoso.

Não nervoso no sentido de estar zangado e prestes a gritar com alguém. Nem nervoso de um modo que o fizesse começar a roer suas unhas a qualquer momento, enquanto caminhava por aquela rua escura.

Estava nervoso de uma maneira que fazia seu coração acelerar dentro do peito e um frio percorrer sua barriga, sentindo rodopios ao redor de seu estômago e fazendo com que o rapaz tivesse a sensação de que a qualquer momento pudesse absolutamente vomitar todo o seu almoço naquele chão asfaltado, ou apenas virar seus calcanhares na calçada, dar meia volta e ir embora dali.

Muito pior do que simplesmente roer suas unhas, mas muito melhor do que subitamente começar a gritar com alguém.

Tudo isso porque aquele rapaz dos olhos azuis, que vestia sua melhor combinação de roupas que mantinha guardada em armário, tinha um encontro. Não um encontro qualquer, daqueles casuais, como uma roda de amigos num bar na esquina da rua de sua casa, que fazia com que Louis pensasse seriamente se valia a pena ou não tomar banho antes de sair de casa. Era um verdadeiro encontro, daqueles que realmente fazia com que Louis começasse a se arrumar três horas antes, passasse perfume em cantos estratégicos de seu corpo e olhasse sua imagem diante do espelho incontáveis vezes antes de finalmente decidir sair de casa.

Era algo que deixava Louis pensativo, ansioso e com vontade de desistir. Mas havia alguém esperando por ele, então o rapaz não poderia simplesmente avisar que achava melhor ficar em sua casa naquela noite, fazendo qualquer outra coisa que não fosse sair para encontros que o deixasse quase tendo um ataque cardíaco.

Harry havia mandado uma mensagem de texto para Louis indicando seu endereço, instantes depois do rapaz dos olhos azuis ter insistido que acompanharia o mais novo até o local combinado, e não deixaria Harry andando sozinho por aí. Aquilo fazia com que o garoto dos olhos verdes bufasse de raiva e começasse a bater um de seus pés no chão enquanto encarava as mensagens enviadas por Louis em seu celular. Harry sentia-se uma completa criança, enquanto imaginava que Louis estava mais para sua babá particular.

Ele sabia andar sozinho, não tinha medo de andar a noite e tinha a certeza de que saberia chegar no local combinado, sem a ajuda de ninguém. Mas ao mesmo tempo em que se encontrava irritado por Louis não o deixar se sentir completamente como gente grande, Harry achava adorável a forma como o mais velho se preocupava com ele.

A campainha de sua casa tocou, fazendo com que o garoto desse um pulo do sofá onde estava sentado, passando por sua mãe, que lia uma revista sobre peças de roupas e toalhas de banho que poderiam ser facilmente decoradas à mão, com a ajuda de apenas alguns acessórios. A mulher exclamou um "até logo, filho" junto de um "se cuida" quando o garoto deixou um pequeno beijo em sua testa antes de sair de casa.

Fechou a porta atrás de si, encarando a pessoa à sua frente. A luz da varanda estava acessa, banhando o corpo do rapaz mais velho com uma cor amarelada. Suas mãos estavam enfiadas no bolso da jaqueta jeans que ele vestia, a mesma com uma gola branca e felpuda, que Louis já havia emprestado para Harry, num dia em que fazia muito frio pela manhã.

E assim como naquele dia, estava frio o suficiente para que Harry pensasse duas vezes – e uma terceira, logo após sua mãe aconselhá-lo a agasalhar-se bem – no fato de que seria melhor proteger seu corpo do clima estranho daquela cidade.

Tudo estava em completo silêncio.

Se Louis não estivesse nervoso demais com tudo aquilo e Harry não tivesse se distraído o suficiente com a imagem do rapaz mais velho à sua frente, ambos diriam que podiam facilmente ouvir alguns barulhos causados por grilos e quaisquer outros insetos com hábitos noturnos.

coffee shop // larry stylinsonWhere stories live. Discover now