cupcake

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 Quando a porta da cafeteria foi aberta, Louis estava virado de costas para o balcão. Sentiu o coração acelerando ao ouvir o pequeno sino tilintar alto, avisando que havia mais alguém ali, além dele. E de acordo com o horário marcado no relógio preso à parede, logo diante de seus olhos, o atendente pôde ter uma noção de quem se tratava.

A pessoa que conseguia ser o cliente mais fiel, adorável e irritante que Louis havia tido o prazer – às vezes, desprazer – de conhecer.

E pelo mesmo motivo de ter conhecido tal pessoa, certas coisas acabaram mudando na vida do atendente dos olhos azuis, que já não era tão principiante assim, mas também não se considerava o 'mil-maravilhas na cozinha'. Louis havia passado a manhã inteira – ou aquele pequeno começo dela – roendo a unha da ponta de seu dedão e esperando aquele momento chegar.

Desde o dia anterior, quando leu o pequeno recado que Harry havia deixado num dos guardanapos amassados em cima da mesa, Louis não conseguiu parar de pensar em como ele gostaria de fazer algo para mudar tudo aquilo, deixar de lado o fato de que Harry era um garotinho que lhe dava nos nervos e gostava de tomar algum tipo de café espumante e esquisito e finalmente fazer algo a respeito. Afinal, Harry continuava sendo Harry. A paixonite de Louis.

E era exatamente por ser uma paixãozinha do rapaz dos olhos azuis, que Harry acabava acidentalmente fazendo com que Louis passasse a contar os segundos com a ajuda daquele relógio grudado na parede, desde o primeiro momento em que ele colocava os pés dentro daquela cafeteria, até a hora em que ele tinha que andar em direção à porta de entrada daquele estabelecimento e virar a pequena placa grudada numa das paredes de vidro, justamente para que o lado onde estava escrito 'fechado' ficasse à mostra para o lado da rua.

Tudo isso porque, tecnicamente, Louis queria ter a certeza de que Harry realmente apareceria naquele lugar, e dependendo do momento em que o garoto dos olhos verdes realmente fizesse isso, Louis poderia considerar qualquer uma das opções que havia criado em sua mente. Ou Harry estava adiantado demais, ou atrasado demais. Nunca num ponto certo e específico, e era aquilo que fazia Louis se sentir a cada dia um pouco mais ansioso.

Contudo, talvez o rapaz estivesse se sentindo daquela maneira, naquele exato momento, por conta do bilhete que recebeu no dia anterior, onde Harry admitia que gostaria de ser namorado de Louis. Dessa vez, não de mentira, nem somente para tentar escapar de comentários alheios em festas de aniversários.

Então era isso? Harry realmente pensava na possibilidade de deixar aquele namoro de mentira se tornar algo... De verdade? Mas e se aquele bilhete feito no guardanapo amassado fosse mais um dos contextos daquele pequeno namoro encenado? Louis não sabia o que pensar.

Mas ele sabia o que fazer.

Algumas horas – ou, quem sabe, minutos – a sós com o garoto dos olhos verdes talvez fosse mais do que o suficiente para que aquele rapaz descobrisse o que realmente se passava na mente de Harry. Porém, aquele momento não poderia acontecer em qualquer lugar, muito menos dentro daquela cafeteria. Louis já pensava na possibilidade de poupar seu pobre coração, caso as intenções de Harry acabassem não sendo tão semelhante às dele.

Por isso, conversar com Harry sobre aquele assunto, com ambos apoiados no balcão daquela cafeteria, era uma ideia que não poderia ser considerada muito conveniente. Isso, porque, se nada acabasse dando certo, Louis provavelmente passaria um bom tempo lamentando-se por entre as mesas daquele lugar, ou debruçado sobre a pia da cozinha, com um pouco de farinha de confeiteiro sujando seus braços e o avental amassado se desprendendo do pescoço.

Sendo assim, Louis queria tentar evitar ao máximo chegar numa situação como aquela, que somente ao concretiza-la em sua mente, já podia sentir calafrios correndo por seu corpo.

coffee shop // larry stylinsonOnde histórias criam vida. Descubra agora