PRESENTE: 40. Incondicionalmente

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Então, qual era a surpresa? O que eu nem desconfiei? A ansiedade era tanta, que meu corpo até tremia.

--Desembucha!-- eu grito, me afastando um pouco do abraço de Athenodora.

--Por favor! Não era para você saber! -- fala Athenodora. Ela se levanta e anda em um vai e vem cada vez mais rapido-- Olha, você vai ver seu mundo de ponta cabeça agora.-- Athenodora me avisa-- Você lembra da moça que transformou seu pai?

--É claro que lembro.-- eu digo.

--Pois bem, Betina está criando uma nação mais desenvolvida. Com a ajuda de um vampiro, ela está criando meio vampiros. E já há mais de trinta. Uma supernação que só sabe o errado. Seu pai era um humano que cruzou o caminho dela. Betina encantou-se pela beleza e inteligência de seu pai e quis trazê-lo para o lado dela, mas ele ofereceu a ela algo melhor. Você.

Nada fazia sentido, mas era de se supor. Continuei ouvindo:

--Seu pai adiou sua transformação o máximo que pode. Mas você ficou doente... Então ele fugiu. Descobriu sobre seu poderoso dom, algo que só fazia Betina te querer mais. Seu pai foi um guerreiro, e quando soube que Betina te denunciou para Jamie, avisou os Cullen. -- Athenodora fez uma pausa. Olha para o teto e me encarou, nervosa. Depois continuou-- Betina te procurou, mas você era mais esperto. Chegou aos Cullen. Foi neste período que eu te desenhei. Sabendo de Betina, os Cullen, vieram pedir nossa ajuda. Seu dom, em troca nossa proteção.

--Espera. E Sabrina?-- eu pergunto.

--Ah, a loba. Ela inventou a parada da ligação. Ela só gosta de você.-- Athenodora disse com desprezo. Então o imprinting era falso? Nada sobrenatural me prendia a Sabrina?

Corro rapidamente e abro meus braços para Athenodora, que se joga em meu peito, surpresa mas feliz. Caramba! Que confusão! Se nada me prende a Sabrina... Eu beijo Athenodora. Intensamente. Seus lábios frios levam um choque, mas rapidamente entram no ritmo. A sensação é diferente dos beijos quentes de Sabrina, que parecem entrar em choque total quando nossos lábios se encontram. O beijo de Athenodora é esperado, desejado, por ambos os lados. E que necessidade temos de parar?

Dezenas de pensamentos invadem minha mente, e me obrigo a parar de beijá-la. Nem percebi, mas Athenodora é da mesma altura que eu. Mesmo assim, ela teve que esperar eu soltá-la para poder por os pés no chão.

--Athenodora, prometa para mim que o que você acabou de dizer é verdade.-- eu suplico. Pessoas mentirosas não eram boas.

--É verdade. Eu prometo.-- ela diz, ainda surpresa com o beijo.-- Porque me beijou?

Uma única música brilhava no centro de minha mente, e só consegui responder em inglês.

-- Maybe we found love right where we are.

--Isso é sério?-- Athenodora pergunta.-- Sério mesmo?

--É.-- eu respondo, encarando-a.

Ela levanta meu rosto, e ranca-me outro beijo. Mais intenso, talvez.

Olho paro o relógio na parede que marca uma da manhã. Rio um pouco sozinho, abraçando Athenodora. Centenas de pensamentos, desejos e emoções me sacodem mentalmente. A sede pela verdade, somente a verdade, me cerca de todos os lados, mas não a permito dominar. Havia muita história para passar a limpo, e muita coisa para compreender e ponderar. Só me permiti algumas horas a mais de ATHENOIZ ( Luiz + Athenodora), pois era a única certeza momentânea.

Anoitecer [SEM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora