Flames

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Quando Harry decidiu voltar dos Estados Unidos para assombrar sua família, ele jamais imaginara que o dia em que chegaria no Reino Unido seria exatamente o dia de um jantar na mansão. E sinceramente a situação não podia ficar melhor.

Oh sim, podia.

No canto da sala de estar havia um rapaz, vestindo um terno azul escuro extremamente justo. Suas coxas grossas ficavam absurdamente destacadas, os músculos suaves dos bíceps tinham o contorno perfeito e, puta que pariu, a bunda – muito marcada por causa do tecido da calça. A pele levemente bronzeada, as curvas do corpo pequeno e os olhos azuis deveriam ser a estrada direta para a perdição. E, oh, como Harry gostaria de dirigir por aquela estrada.

– Você está encarando demais. – Comentou Ava, parando ao seu lado. Os cabelos louros lisos caíam em cascatas sobre os ombros e um sorriso sugestivo decorava os lábios finos. Harry soltou um riso baixo, colocando as mãos na cintura dela.

– Ele é maravilhoso – murmurou, mordiscando o lóbulo da orelha de Ava. –, mas, você sabe, ele é amigo de Henry, o que significa: religioso e tão certinho que enjoa.

Ava gargalhou antes de beijá-lo. As bocas se encontrando apressadamente. As enormes mãos de Harry na cintura da garota, puxando-a contra seu corpo cada vez mais. Os lábios de Ava tinham gosto de champanhe ─ ela havia tomado uma taça cheia em um gole só –, batom de morango e cigarros baratos. Era muito bom.

Um pigarreio fez com que ele a soltasse lentamente. Henry e o pequeno Deus Grego de olhos azuis estavam parados, encarando-os como se fossem alienígenas.

– Sim? – Harry perguntou, arqueando uma sobrancelha na direção dos dois.

– Vocês estão bem no meio da passagem que leva para a cozinha. – Disse o garoto de olhos azuis. E, puta que pariu de novo, a voz dele. Era fina, suave e meio aguda. Harry daria milhões de libras apenas para escutá-lo sussurrando seu nome.

– Desculpe-me, meu bem. – Respondeu Harry, puxando Ava consigo para o lado e dando-lhes espaço. Henry passou rapidamente por eles e antes que seu amigo pudesse segui-lo, Styles perguntou: – Qual é seu nome?

– L-Lo-Louis. Louis Tomlinson. – Murmurou, piscando algumas vezes. Os grandes cílios batendo contra as maças do rosto proeminentes. Olhos azuis analisavam-no curiosamente, como se ele fosse algo extremamente belo ou extremamente horrendo – não dava para ter certeza.

Harry sorriu amplamente.

– Você é lindo, meu bem.

Louis arregalou os olhos, murmurando um "Oh céus" para logo depois correr em direção à cozinha. Harry ouviu seu irmão gêmeo perguntar o que havia acontecido e Louis soltar um grunhido. Ele riu baixinho.

– Ele definitivamente ficou assustado. – Ava disse, apoiando a cabeça no ombro direito de Harry. – Viu os olhos? Achei que eles fossem sair para fora das órbitas.

Ele assentiu, sorrindo. As covinhas em suas bochechas aparecendo.

Ava e Harry haviam se conhecido no ano anterior, em uma praia na Califórnia, e desde então nunca mais haviam se separado. O relacionamento dos dois era uma grande bagunça: algo meio amizade, meio romance. Não, não eram amigos coloridos, porque, segundo Harry, amigos coloridos apenas transavam com a sugerida pessoa, e esse não era o caso deles. Harry e Ava estavam juntos no meio desse relacionamento complicado por medo de comprometimento. Ambos eram bissexuais, livres e apaixonados por tatuagens, então não havia muito para dar errado.

Ela sorriu e sussurrou para Harry que iria pegar algumas taças de champanhe para que a diversão começasse. E ele assentiu para depois caminhar pelo corredor até a cozinha.

Henry bisbilhotava as panelas enquanto Louis estava sentado no balcão, balançando os pés no ar. A moça que cozinhava parecia muito alheia ao mundo, cantarolando melodias animadas e balançando os quadris no ritmo.

Harry entrou na cozinha, chamando a atenção dos dois meninos. Louis praticamente se engasgou com a própria saliva. Henry bufou, cruzando os braços sobre o peito.

– Por que você voltou? Não entendi até agora, para ser sincero. – Perguntou seu irmão gêmeo.

Harry sorriu, caminhando até a geladeira e procurando por algo realmente álcoolico para beber – porque champanhe caro não contava. Achou uma garrafa de vodca escondida atrás de milhares de caixas de suco.

– Senti saudades de casa. – Respondeu, abrindo rapidamente a garrafa e tomando um longo gole. Os olhos verdes de Styles miraram Louis enquanto ele umedecia os lábios e sorria com malicia. – Além disso, parece que a cidade finalmente tem atrações que valham minha estadia.

Henry deu de ombros, porque sabia que naquele momento não conseguiria nenhuma informação de seu irmão. As perguntas poderiam ser guardadas para mais tarde... Espera, estadia?

– Harry, pelo amor de Deus, você não está pensando em ficar... Ou está? – Perguntou, exasperado, chocado e realmente esperando um "não" como resposta.

– Não estou pensando. Eu vou ficar, irmãozinho.

Henry bufou, pegando um dos bolinhos da travessa que Emma acabara de tirar do forno. Ela deu um tapa em sua mão.

– Você só poderá pegá-los quando estiveram na sala e a oração já tiver sido feita. Ordens diretas da sua mãe. – Disse ela, afastando-se do fogão para ajeitar os cabelos ruivos. Harry estava pensando seriamente em flertá-la depois, pois a garota tinha beleza demais para simplesmente ser ignorada. – Henry, ajude-me a levar os bolinhos para a sala, por favor, e deixe seu irmão em paz.

Definitivamente iria flertá-la mais tarde.

Henry assentiu, pegando uma travessa e saindo da cozinha, sendo seguido por ela. Louis pulou para fora do balcão, ajeitando seu paletó, pronto para caminhar de volta para a sala de estar. Seus pensamentos trabalhavam a velocidade da luz, porque Harry estava no mesmo cômodo, encostado na parede, tomando longos goles de vodca e o encarando como se fosse a coisa mais interessante do planeta.

Louis atravessou rapidamente a cozinha, respirando fundo ao passar por Harry. Ele estava tentando fugir descaradamente, mas não se importava, porque o elogio que havia recebido do garoto mais cedo estava cruzando sua mente e perfurando-a – havia sido tão inusitado que ele sentia seu estômago dar voltas. A parte assustadora de tudo isso era que depois que Harry entrara na casa, Louis parecia ter esquecido completamente Eleanor e sua beleza, tudo que sua mente era capaz de processar era: tatuagens e piercings, olhos esmeralda e sorrisos com covinhas e grandes letreiros vermelhos reluzentes de "perigo".

Era terrível o quão curioso ele estava para saber mais sobre a vida de Harry e sobre como ele havia acabado nas ruínas daquele jeito. Porque pessoas como Harry não eram crentes e Louis queria saber a razão pela qual ele deixara de crer.

– Louis, o cheiro de borracha queimada está se espalhando pelo ar. – Harry disse. O piercing no lábio inferior deixava sua boca ainda mais chamativa. Os cabelos encaracolados caíam para o lado, deixando visíveis os alargadores que tinha nas orelhas. – Apesar de você ficar muito sexy com sua cara de pensador, não acho que seja saudável pensar tanto assim.

Os olhos azuis de Tomlinson se concentraram nele.

– Você deveria ir à Igreja um dia desses, Harry.

Ele sorriu cinicamente.

– E você deveria ir à orgia um dia desses, Louis.

Colocou a garrafa de vodca já pela metade nas mãos de Tomlinson antes de sair da cozinha. 

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não esqueçam os votos e comentários <3

xx


Homewrecker (l.s)Where stories live. Discover now