Absolutamente Entregue a Você

Caminho de volta

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Por Luna

Não sei por quanto tempo eu estou caminhado. Minha cabeça lateja, eu toco e percebo o inchaço no local da pancada que levei ao cair do barranco.

Estou exausta minhas pernas doem muito, meus braços ardem, minha perna esquerda está ficando dormente, o que não é um bom sinal, ela pode gangrenar e se ficar muito grave pode levar a amputação.

Não! Eu não vou pensar o pior.

Continuo seguindo o caminho das pedras até que elas acabam, nesse momento eu noto que aquele é o lugar onde eu e o Gui encontramos o lobo.

Ao parar eu fico tonta e sinto vontade de vomitar. Me encosto numa árvore que está a minha direita, respiro fundo para ver se o enjôo passa. Suspeito que a pancada na cabeça seja mais séria do que parece.

Após pacada na cabeça, enjôo e tontura não são bons sinais, fora a dor insuportável no local.

Lágrimas escorrem pelo meu rosto, mas continuo firme. Não posso me deixar abater por hipóteses.

Nesse momento minha preocupação maior é o Gui. Espero que ele tenha seguido meu conselho e seguido em frente assim que o sol nasceu.

De repente um pensamento passa pela minha cabeça

Meu Deus, será que o Gui conseguiu sair daqui? E se quando eu sai outros lobos vieram e... Não!

O desespero toma conta de mim.

-GUILHERMOOOOO - eu grito com toda a força dos meus pulmões.

As lágrimas começam a descer pelo meu rosto, o silêncio é quase mórbido naquele lugar. As árvores de copa fechada fazem sombra sobre mim, ouço ao longe o canto de alguns pássaros.

Meu coração está apertado, eu não sei o que fazer, para onde ir? Não tem mais jeito. Eu vou desistir! Vou morrer nesse lugar sozinha.

O pior não é isso, o que está me matando por dentro é não saber onde está o Guilhermo.

-TIA CLARA? -ouço o grito dele.

Ele vem correndo em minha direção após surgir de detrás de umas árvores mais a frente.

Seu rosto está vermelho como se houvesse chorado, ele está suado, com o cabelo bagunçado, mas o seu sorriso é enorme o mesmo sorriso do tio.

Ao se aproximar o suficiente de mim ele me abraça, me enlaçando pela cintura.

Ainda bem que eu estou encostada na árvore, se não, teria caído.

-Titia, pensei que o lobo tivesse lhe devorado. – ele está chorando.

-Eiii eu não disse que voltaria?- falo segurando o seu rosto.

-Sim, mas eu tive tanto medo, pensei que o lobo havia devorado a senhora, como na história da chapeuzinho vermelho.- ele fala me abraçando forte.

-Não mesmo! Eu sou uma chapeuzinho vermelho muito brava! – ele ri- Além disso eu aprendi a me defender com meu bravo caçador.- eu o abraço ainda mais forte.