Capítulo 10

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| Nota da autora |

Primeira atualização de 2016! Que este ano nós tenhamos muitas atts e muitas histórias!

E que eu possa conhecer ainda mais leitoras lindas! Uhu! Boa leitura <3

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Logo no domingo da minha chegada em casa do retorno às termas, liguei para Hunter, a pessoa melhor indicada para me ajudar a realizar o meu plano. Ele chegou em casa na hora do almoço; estava prestes a reclamar por ter tirado parte do seu dia com Penny quando viu minha expressão e resolveu me ouvir pacientemente explicar o acontecimento do dia anterior.

         - Lana fez isso? Mesmo?

         Suspirei, concordando.

         - E o que você quer? Deportá-la? Você sabe que a situação com o ex-destinado não está bom para ela. Tenho uns contatos ainda, você sabe, do Shadow.

         O Shadow é um tipo de clã de clandestinos que fazem trabalho sujo na cidade onde vivemos para que possam manter-se na cidade. Apenas pessoas que vivem na ala A sabem sobre sua existência, porque eles somente fazem trabalhos para pessoas daqui. Políticos, artistas, empresários, não é fácil manter-se na A sem um pouco de trapaça.

         - Quem você tem? – pergunto para ele, que levanta os ombros.

         - Boy, talvez Snake. Indicaria Dony, mas ele está numa enrascada com um antigo serviço.

         - Snake. – falo para ele. – Chame ele aqui. Agora.

         - Cara, você sabe que está cego pela raiva, não é? – ouvi o tom de preocupação em sua voz, mas não queria saber. – É claro que a culpa é de Lana por Alyna saber sobre a verdade, mas você é o verdadeiro culpado disso tudo, sabia?

         - Eu sei. – trinquei meus dentes, com raiva. – Mas eu limpei a barra. Eu garanti que nada mais voltasse à tona. E eu avisei a ela sobre as consequências. Ninguém brinca comigo, Hunter. – olhei para ele, furioso. – E acima de tudo, ninguém faz Alyna sofrer.

         Hunter não me questionou sobre mais nada. Era claro que ele me compreendia. Quando começou o namoro com Penny, teve de trabalhar muito para acabar com todos os vestígios de seu passado. Mesmo tendo dificuldade pelo nosso grupo ainda conter solteiros como eu e Oliver, ele fez tudo o que precisava para se desvencilhar das consequências dos problemas que causou na sua época rebelde. Por sorte, ele não havia ficado com nenhuma mulher que fosse como Lana, de modo que ele e Penny vivem felizes no momento; além disso, o fato dela ser uma A fez com que aceitasse o caso com muito mais facilidade. Todo mundo da A sabe que ninguém joga limpo. É a lei da sobrevivência. Os ricos não continuam ricos por serem honestos, é o que se ensina aqui.

         Snake é um pseudônimo. No Shadow ninguém atende pelo próprio nome, já que todos são criminosos, além disso, seus próprios nomes, que utilizam no dia-a-dia, não são reais para não serem pegos pelas autoridades. Muitas vezes conseguem se livrar com um serviço prestado, mas quando a mídia cai em cima divulgando para outra alas, a polícia não tem escolha senão cumprir com o real dever de autoridade. O apelido de Snake vem da língua ser idêntica à de uma cobra. Cada cliente que lhe pergunta a razão da língua dele ser daquela maneira, ele responde algo diferente. Já ouvi tantas versões que desisti de saber sobre a verdade, afinal, não é para isso que o chamei.

         Mesmo atendendo somente a moradores da ala A, não são todos que têm acesso ao serviço do Shadow. Dentro do clã há uma regra específica de que uma vez cliente, sempre cliente. Isso garante que nós não sejamos alvos futuros dele. Quando contratamos um serviço, divulgamos várias informações de nossa vida que eles não devem utilizar de proveito para outros serviços; assim, uma vez contratado um trabalho deles, nunca nos tornaremos alvos, mesmo que outro A solicite.

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