À procura de Eric Maldonado

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Me dou ao trabalho de queimar o corpo e jogar as cinzas na estrada, são meio dia e estou a caminho de Mérium, uma cidade vizinha.
Lucas está mentindo pra mim, então vou atrás da verdade pra acabar com isso de uma vez por todas. Anthony pegou algumas informações com o pai dele que é patrulheiro, ele conseguiu ver a lista de registros na cidade e o parente mais próximo de Lucas Wild se chama Maldonado, Eric Maldonado. Achei muito estranho, mas consegui um carro e não pude perder tempo.
Olho o endereço mais uma vez no meu iphone.
" N' 798, estrada do amanhecer . Mérium. "

Fico lembrando do que fiz e me sinto péssima, quando a imagem de Lucas vem a minha mente, é como se eu não houvesse feito nada, como se valesse a pena ter matado o meu vizinho tarado e Cherryl. Estou louca? O amor faz você matar por quem você ama?
Paro o carro a certa distância da casa, é uma mansão muito linda. Pergunto por Eric no portão, e os guardas apenas comunicam a minha entrada sem nenhum impedimento. Um deles me guia até a porta de entrada. Uma moça bem vestida vem à mim.
- Boa Tarde, em que posso ajuda-la?
- Preciso ver o sr. Maldonado.
- Por favor me siga.
É extremamente grande, fico encantada com o Hall da casa, belos lustres, um tapete vermelho pelo caminho, ouro pendurado pelas paredes e finalmente, após subirmos alguns lances de escadas chegamos a uma porta, onde a moça pede que eu aguarde.
- Ele está pronto para lhe atender senhorita. - ela diz após alguns segundos.
- Obrigada.
A sala tinha cheiro de perfume, perfume de mulher, as cadeiras e a mesa, são de madeira maciça. Eric é muito bonito, sua franja loura quase cobre seus olhos que por acaso são azuis, iguais aos de Lucas, seriam parentes?
- Queira se assentar moça.
- Me desculpe é que o senhor é tão parecido com alguém que eu conheço.
- Eu sou Eric, mas você já deve saber não é mesmo. - ele ri.
- Sou Mary Anne, venho da cidade de Dallas, por acaso você conhece Lucas Wild, é que eu sou uma amiga e estou preocupada com ele.
- Não, não conheço nenhum Wild. - Por um momento achei que havia acertado.
Eric possuía todas as semelhanças com Lucas, até mesmo o sorriso, o ar doce nas palavras, não entendo, me levanto e chego até a porta quando ouço a voz dele novamente.
- Não disse que não conheço Lucas.
- Por favor, preciso saber quem ele é! - as lágrimas quase saltam dos meus olhos quando falo.
- Venha comigo.
Eric me leva por outro corredor e após adentrarmos na sala, ele me mostra um livro.
- Essa é a história de nossa família, a muitas gerações o temos, recentemente com o avanço de tecnologia, podemos registrar fotos. - ele abre um álbum de fotos.

- Eu nasci em mil novecentos e noventa e um, meu irmão mais velho em noventa, e o mais novo em noventa e três. Fomos separados na infância. Não conheço Lucas Wild, mas conheço Lucas Maldonado. Não o vejo a sete anos, na última vez que o encontrei ele estava em um sanatório, disseram que ele era doente.
- Não conseguiu tirar ele de lá?
- Não, os médicos prescreveram que ele estava com uma crise de personalidade, e não se controlava. Dez anos no manicômio pra ver se ele melhorava.
- É impossível de acreditar!!!
- O mais triste, é que realmente ele está doente, se afaste dele.
- Aonde está seus pais? - as lágrimas caem dos meus olhos.
- Mortos, Lucas provocou o acidente que os matou. - Eric fala friamente.
- Você vive sentado em ouro e não faz nada!!! - corro até a saída.
Não consigo esconder o choro, entro no carro aos prantos. Me tornei uma assassina por um assassino dos próprios pais?
O meu mundo desaba naquela hora, no caminho de volta lanço o carro do penhasco e caio no mar.
O tempo passa tão devagar, como em câmera lenta, as lágrimas saltando do meu rosto, uma música lenta tocando, o meu grito abafado pelo som do nada.
Derrepente tudo fica escuro.

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