Capítulo Um

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Eu descobri, que quase tudo que já escreveram sobre o amor é verdade. Shakespeare disse: encontro de amor é jornada finda. 

Ah, que ideia brilhante! 

Eu mesmo nunca vivenciei uma coisa remotamente parecida, embora eu acredite que Shakespeare possa ter feito isso. 

Eu acho que penso no amor mais do que qualquer um deveria. Fico sempre maravilhado com seu enorme poder de modificar e definir nossas vidas. E foi Shakespeare quem disse: o amor é cego. 

Isso é uma coisa da qual eu tenho certeza. 

Para alguns, de maneira inexplicável, o amor começa a murchar. Para outros, o amor simplesmente se perde. Por outro lado, claro, o amor também pode ser encontrado, mesmo que apenas por uma noite. E há também um outro tipo de amor. O tipo mais cruel, aquele que quase mata suas vítimas; ele se chama amor não correspondido.

E eu sou especialista nele. 

A maioria das histórias de amor são de pessoas que se apaixonam umas pelas outras, mas e o restante de nós? E as nossas histórias? Nós que nos apaixonamos sozinhos, somos vítimas de uma relação de mão única. Somos a maldição dos apaixonados, somos os não amados, os que caminham feridos, os deficientes, sem direito à uma vaga exclusiva... É, vocês vão estão me conhecendo.

Eu amo Niall. Por espontânea vontade há mais de três anos terríveis, certamente os piores anos da minha vida. Os piores natais, os piores aniversários, reveillons regados a lágrimas e calmantes. Esses três anos em que estive apaixonado tem sido os mais tristes da minha vida. Tudo por que fui amaldiçoado a amar um homem que não me ama e nunca vai amar. 

Ah meu Deus, só de olhar pra ele meu coração dispara, minha garganta aperta, é impossível engolir. 

Tomo da mão de Hanna a taça de Champanhe e bebo tudo o que havia nela.  

— Niall... não me diga que...

— Não, não, não – neguei. — Acabou! Acabou, mesmo. 

— O que foi que rolou entre vocês dois? Estava transando com ele? – Ela pegou em meu ombro com uma mão, e segurando o cigarro com a outra, me levou até algum canto para poder conversar. 

— Hanna, o que importa é eu me apaixonei de verdade por ele. 

Ela falava quase num sussurro. — É, eu lembro, ai descobriu que ele transava com a vadia da distribuição. 

— Foi por isso que eu parei de transar com ele. – Fiquei com medo de alguém ouvir a conversa.— É melhor a gente não falar disso aqui na redação.

— Mas sempre vejo vocês dois juntos. Ele te traiu e vocês continuam amigos? – Hanna ficou indignada. 

— Eu me apaixonei perdidamente... todo mundo sabia – comecei a olhar ao redor achando que todos estivessem realmente olhando. 

— Ah não...

— Tá parecendo que eu to chorando? – lhe dei as costas e comecei a andar para outro canto, mas Hanna me seguiu.

— Não, é só a fumaça do meu cigarro.  

Limpei o canto dos meus olhos para não começar a cair alguma lágrima me entregando completamente.

Hanna disparou. — Ele chegou a dizer que te amava também?

— Disse! Três, quase quatro vezes, e quando lembrei disso, ele disse que deve ter sido uma resposta a uma pergunta, ou o que... 

Hanna colocou a mão que segurava o cigarro na testa e tomou uma expressão de indignação em seu rosto. 

— Olha, Zayn, quando você pega seu homem com outra pessoa, não deve continuar amigo dele. É para você nunca mais falar com o filho da puta. Você deve atirar coisas nele, gritar e xingar ele, e não lavar a roupa dele. Ainda mais com toda essa situação, ele paga de hétero para todos, mas sai com você durante três fodidos anos!

The Holiday - Larry, ZiamWhere stories live. Discover now