Capítulo Treze

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O fato era que, a viagem estava fazendo bem a ambos.

Os dois sentiam-se tão bem longe de todo aquele furacão imenso cheio de problemas, mágoas, solidão e todos os sentimentos ruins que alguém possa sentir, que poderiam viver assim para sempre, sem nem cogitar pisar em suas respectivas cidades, mas a realidade era outra, então o máximo que poderiam fazer era aproveitar os últimos dias. 

Louis sentia como se estivesse em outro mundo. Estava bem, aliás, bem melhor do que o dia em que chegou. Se alimentando direito, se adaptando ao frio da Inglaterra, saindo com Harry para conhecer os vilarejos e cidades vizinhas... 

Harry. 

Pronunciar essa palavra era um prazer para Louis. E quem diria. Duas semanas depois de terminar tudo com Stan, conhecera outro homem, e mal imaginava que iria se apegar tanto a ele. Era estranho e bom. Não! Era bom, só bom. Muito bom. 

Mas o sentimento bom trazia consigo outro sentimento: culpa, claro. Louis se culparia e inventaria motivos para isso se fosse preciso. Os momentos em que passava longe de Harry eram justificativas suficientes para tal. Andar em meio a neve, tentando e lutando contra si mesmo para que ao menos uma lágrima caísse de seus olhos, ou quando repetia consigo mesmo as palavras por que, meu deus, por que, sem sombra de dúvidas, eram sentimentos que acompanhavam os bons sentimentos que o tomou durante os dias em que esteve com Harry. 

Em contrapartida, Harry também não esperava um Louis totalmente agitado, envolvido por uma mistura de palavras e pensamentos, com beijos doces e avassaladores e apaixonante, porque sim, ele era apaixonante. Harry enxergava o que qualquer outra pessoa não conseguiria.

E os joguinhos? A, os joguinhos, esses estão sempre de plantão, fazendo Harry - que deitado estava em sua cama lendo um artigo tarde da noite e suas filhas ao seu lado - ceder à dúvida de esticar o braço até o telefone em cima do criado-mudo e ligar para Louis. É claro que ele pensaria se estaria sendo um homem grudento, já que Louis demonstrava todos os sentimentos juntos, o que confundia Harry, mas o tornava mais apaixonado. 

O editor de trailers também tentava não entrar nos joguinhos, mas acabava acontecendo sem que percebesse. Ele passava as tardes e algumas noites sem ligar para Harry, pensando que, talvez aquele ato o trouxesse de volta ao planeta terra e mostrasse que tudo aquilo não era real.

Mas era.

E claro, Harry acabava sedento de amor e cedia ao encantos de Louis. Ele que sempre ia atrás do menor. E agora, faltando um pouco mais de vinte e quatro horas para que Louis fosse embora, ele não disse nada, a paixão o cegava. 

Parou o carro em frente ao chalé, e quando Louis abriu a porta ele simplesmente o beijou. Não havia o que dizer, nada precisava ser dito, as palavras estavam em suas bocas, em seus olhos, mas ao mesmo tempo jogadas ao vento para que somente o receptor pudesse as receber. 

Perceber era algo que Zayn não tinha o hábito de praticar em sua vida. 

Bom, o fato era que ele percebia ao menos uma coisa: o carinho que Liam tinha com ele. Como não perceber? Liam estava sempre ligando para Zayn, querendo saber se o menor estava bem, se estava se alimentando, se havia deixando a tristeza e a vergonha tomar conta de si - é claro que sempre de modo engraçado. 

Zayn adorava aquilo. Mal sabia Liam que o coração de Zayn parava e sua garganta fechava ao ver o número dele na bina do telefone, ou uma mensagem seguida de uma piada momentânea.

Era rotina. Zayn estava se acostumando com a rotina de todas as noites acabar na casa de Liam, sentando ao lado dele, com o teclado de Liam, equipamentos de som e duas canecas de chá. 

The Holiday - Larry, ZiamWhere stories live. Discover now