Capítulo Oito

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Nota: a aparência que imaginei para os dois na fanfic é essa da mídia. Boa att piranhonas du amô 

A paisagem do interior da Inglaterra era tão linda que Louis poderia ficar observando por horas, mesmo se sentindo tenso ao lado de Harry. O inglês dirigia concentrado, com seu maxilar travado e apenas sua mão esquerda ao volante, pois a direita estava apoiada na janela aberta do carro.

Em alguns momentos, Louis o olhava e Harry respondia com um sorriso lindo e empolgado, como se estivesse se entregando e entrando naquela situação toda de cabeça, sem medo algum, mas e Louis? Ele tinha medo de se envolver com alguém, sendo que faziam dias que saíra de um relacionamento de anos. Estava confuso, mas ao mesmo tempo seu coração batia quase dizendo para continuar, pois seria feliz daquela maneira. 

Alguns bons minutos até chegarem ao restaurante que Harry propôs que os dois almoçassem, Louis saiu do carro quando Harry abriu a porta para ajudá-lo a sair. Lhe ofereceu a mão fazendo Tomlinson sentir seu corpo arrepiar com o toque. 

— Então é editor de livros? – Louis perguntou a fim de não deixar o silêncio constrangedor tomar conta e Harry acabou rindo.  

— Eu sou sim.

— Que tipo de editor você é?

— Um muitíssimo cruel – Louis riu.

— Não... Eu quero saber se você interfere muito ou se...

— Quando melhor o autor, menos palpites eu dou.

— E que faculdade você fez?

— Literatura.

— Você sempre soube que era isso que queria fazer?

— Olha só, minhas mãos estão começando a suar, está parecendo uma entrevista de emprego. Você por acaso sabe como se comportar em um encontro?

— Desculpe – Louis ficou envergonhado. — Eu estou interrogando você... É que eu não saio assim já tem um tempão.

— Como já fizemos sexo e dormimos juntos duas vezes, que tal esquecermos as regras do primeiro encontro? – Ele tinha um olhar sincero e sedutor. — Por que ficou vermelho? 

— Eu não perce-cebi que estava ficando... Você me de-eixa nervoso. Tudo bem, eu vou tentar ser eu mesmo. Não é muito fácil, mas eu vou tentar.  

— A pergunta era se eu sempre quis ser editor de livro. A resposta é sim, sempre, minha família é do ramo, meu pai é escritor... Minha mãe era e é uma editora muito importante... Pois é, acho que meu tempo acabou. Sua vez. 

— Tudo bem... Bom, como eu disse ontem a noite, eu tenho uma empresa que faz propagandas de filmes.       

— Ah... Eu não sabia que você era dono da firma. – Harry se surpreendeu. 

— Pode ser que eu nem tenha comentado, mas agora que eu sei que foi criado por uma mãe forte e que trabalhava, eu posso dizer e você não vai ficar intimidado com isso. 

— Não, não. Eu ainda fico um pouco intimidado.     

— Ah, um pouco? Já é melhor que a média. 

— Tá, mas e sua família? 

Louis fechou os olhos pensando sobre o assunto, mas decidiu dizer.

— Tá legal, eu vou contar rápido     

Harry observava, atento e curioso.

— Meus pais se separaram quando eu tinha quinze anos. Eu sou filho único e nem desconfiava que éramos tão unidos... Nós nos chamávamos de os três mosqueteiros. Uma noite depois do jantar, meus pais se sentaram comigo e me contaram que iam se separar. Achei que estavam brincando... Mas ai eu vi as malas pelo canto do olho, no corredor... E meu pai saiu de casa naquela noite. Eu acho que chorei até dormir durante, enfim... Muito tempo, e ai eu me dei conta que tinha que ser forte e superar aquilo e, eu nunca mais chorei. E eu também nunca penso naquela mala cheia de roupas... E... essa é a minha pequena e trágica história. Vamos pedir nossos pratos? 

— Espera, você não chora desde os quinze anos?

— Eu sei que é uma coisa horrível, mas, sabe... Eu tento, só que... Vamos falar mais sobre você, por favor... – Louis estava desconfortável.   

— Tudo bem, é... Eu choro o tempo todo. Mais do que qualquer mulher que já viu.        

— Não tem que ser tão legal assim... 

— Mas é verdade, eu juro. Um bom livro, um ótimo filme, um cartão de aniversário, eu choro! Eu sou muito, muito chorão. 

Eles ficaram conversando sobre suas vidas paralelas, evitando tocar no assunto distância. Pediram seus pratos e mesmo assim não paravam de falar. Foram embora do restaurante e pareciam dois adolescentes correndo nos campos verdejantes ao longo da estrada. Louis brincava e fazia Harry correr atrás dele, e como presente pelo ato, lhe dava um beijo estalado. Se abraçavam e se curtiram e Harry começava a perceber que estava se entregando à Louis por completo, sem marras e rancores. Estava se abrindo sem pedido algum, sem se forçar. Ele sabia que poderia se decepcionar, mas Louis tornava aquilo tudo mais fácil e o cacheado já estava viciado no menor de uma forma inexplicável. 

Em intercalados momentos que Harry beijava sua boca ou seu pescoço e enrolava seus braços na cintura do menor, por míseros segundos Louis pensava que isso tudo iria acabar. Não iria passar de alguns dias, e isso o deixava mais inseguro do que tudo. O que também matutava em sua cabeça eram os nomes femininos que ligavam para Harry e ele começou a desconfiar mais ainda. 

Harry foi dirigindo até o chalé. Parou o carro na frente do pequeno portão branco de madeira e Louis já começou a falar.

— Essa tarde foi ótima.

— Essa tarde foi maravilhosa.  

 Harry tirava o cinto na intenção de entrar com Louis ou só abrir a porta para ele a fim de ser cavalheiro. 

— Não precisa ir até a porta, está um gelo lá fora.           

— É só você me dizer que não quer que eu entre. 

— NÃO! Não é isso... É que eu... Estou cansado e acho que vou dar uma dormida.    

Harry afirmava com a cabeça, sem graça e um sorriso simples no rosto.

— Não é nada disso. – Louis tentou se explicar. 

— Tudo bem, eu vou fingir que acredito.   

— Harry! Eu vou embora daqui nove dias, e isso acaba complicando tudo... Eu não sei se posso encarar mais complicações.       

Harry fez um aceno afirmativo com a cabeça novamente. Aquilo não era um bom sinal e ele começou a sentir mal por ser uma complicação na vida de Louis e percebeu que talvez, ter se entregado completamente à essa situação possa não ter sido uma boa escolha. Então só disse: — Tudo bem. 

Louis o olhou e avançou em seus lábios, dando um beijo, quase um selinho. Louis parou de beijá-lo.  

— E por acaso isso não complica as coisas. 

— Sexo é o que faz tudo se complicar. Até mesmo quando não se faz... Esse não fazer também complica as coisas.   

— É por isso que é bem melhor a gente fazer. É o que dizem...

Louis sorriu.

— Eu vou trabalhar de manhã, prometo não ter nenhum bêbado batendo na sua porta tão cedo.

— A gente vai se ver, tá? Vamos dar um jeito.

— Legal. 

— Legal.

O sorriso no rosto de Louis fazia Harry se confundir completamente. Ele observava Tomlinson entrar no chalé, com uma mão no queixo, encantado e sem conseguir compreender o que estava sentindo. Mas sabia que não tinha mais volta. 

The Holiday - Larry, ZiamWhere stories live. Discover now