:::: Capítulo 2 ::::

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Capitulo 2

Natacha acordou muito cedo, mas muito bem-disposta, depois da higiene habitual ela foi para a cozinha, amarrou os cabelos num coque improvisado e colocou a cafeteira para funcionar. Só acordava depois de um bom café, e enquanto aguardava sua bebida matinal ficar pronta, começou a se alongar no chão da cozinha mesmo.

Depois do café pronto, ela pegou uma caneca grande e olhou a rua da janela da sala quando algo lhe chamou a atenção: seu jardim.

Ela abriu a porta e segurou a caneca quente com as duas mãos enquanto bebericava o café. O sol estava aparecendo um pouco tímido. Devia ter garoado durante algum tempo à noite, mas ela não ouviu. Começou a prestar atenção ao jardim, notou que havia algumas pegadas na grama. O jardim estava sem cuidados há um bom tempo, a grama estava um pouco alta, havia até um pouco de lama, onde ela constatou que havia chovido e não apenas garoado e as únicas flores que haviam estavam murchas e sem beleza, mas com um bom trato elas voltariam a revigorar, pois deviam ser lindas.

— Nossa, preciso chamar um jardineiro, as pessoas só respeitam um jardim quando ele está bem bonito e caprichado — falou entre um bocejo e outro.

— Falando sozinha, meu bem?

Ela colocou a mão no peito, quase derrubando a caneca da mão.

— Ai que susto, senhora Francesca.

A senhora sorridente, estava apoiada no muro baixo que separava as duas casas.

— Me chame de Fran, todos aqui me chamam assim. Esqueceu querida?

— Desculpe — apontou para a grama. — Estava pensando se devo chamar um jardineiro. A grama foi pisoteada esta noite, se não estiver bonito, as pessoas não respeitam, não é mesmo? Estava pensando em plantar algumas flores também.

— Ficará muito lindo, meu bem. Amanhã é domingo, e é a folga de Mica, o mandarei vir aqui para fazer o jardim para você.

— Quem é Mica? — perguntou erguendo as sobrancelhas.

— Meu neto Micael. Esqueceu?

Se ela havia esquecido? Claro que não.

— Ah não, imagina Fran. Não quero atrapalhá-lo em sua folga — balançou a mão, negando o pedido.

— Não vai atrapalhar. Ele odeia ficar parado. Ficará contente em lhe ajudar.

— Sendo assim. Eu agradeço — ela cruzou os braços. — Acho que vou precisar falar com ele, para saber o que devo comprar para plantar, que flores ficam melhor aqui — sorriu encabulada. — Porque realmente eu não entendendo nada de jardim.

— Não se preocupe com isso querida. Ele trará tudo que você precisa. Ele plantará flores lindas e coloridas.

— Sendo assim. Obrigada. Depois eu acerto tudo com ele então.

— Tá, tá. Depois conversamos. Minhas broas de milho estão no forno.

Natacha só teve tempo de abanar a mão antes de a senhora entrar de volta para casa.

Francesca entrou, mas não desligou forno algum, pegou o telefone e discou um número. Depois de cinco toques a pessoa do outro lado atendeu. Sua voz baixa e rouca denunciava que o telefone o havia acordado.

— Alô.

— Acorde Micael. Tenho novidades. E já passou da hora de estar de pé.

— Não para quem foi dormir às cinco da manhã, e agora... — olhou no relógio de pulso — São exatamente sete horas e doze minutos.

DENDRON (somente degustação)Where stories live. Discover now