DENDRON (somente degustação)

:::: Capítulo 9 ::::

Capítulo 9

— Você não deveria estar aqui, Micael.

Fran o repreendia, mas quem os olhava de longe, somente via o carinho do neto que estava segurando as mãos da avó que estava assustada.

— Eu tinha que vir. É muito importante.

— Eu estava fazendo tudo por aqui. Você tem que ir embora.

— Vou falar com Natacha, depois irei.

— Não seja teimoso, Mica — ela apertou a mão dele. — Estou dando uma ordem. Ainda sou sua chefe.

— Ok. Só falarei com ela e depois irei.

— Não demore. A mídia está aí fora que nem gaviões — ordenou apreensiva. — E aquela jornalista não perde nada de vista.

— Tudo bem. Me mantenha atualizado.

Micael se despediu de Fran com um beijo no rosto e se aproximou de Natacha. Ela se encontrava sentada na parte de trás de uma ambulância, com uma detetive a interrogando.

— E foi tudo isso que eu vi.

— Certo — a detetive anotava algo em seu bloco quando viu Micael se aproximar.

— Micael, o que faz aqui?

— Oi Letícia, ela é vizinha de minha avó, vim dar um apoio. Mas já estou voltando para o meu trabalho.

— Certo — respondeu meio confusa.

— Pode nos deixar a sós por um momento? — ele pediu.

— Tudo bem, daqui a pouco continuo —a jovem detetive fez uma careta e se retirou.

Ele sentou ao seu lado, e abraçou seus ombros.

— Como está se sentindo, Natacha?

Ela ao invés de responder, o abraçou em lágrimas.

— Como vou dizer isso à mãe dela? O dia já está amanhecendo, a mãe deve estar a sua procura.

— Ela já sabe, Natacha. Policiais já foram informá-la, logo os pais dela estarão aqui.

— Meu Deus, Micael, como alguém pode ter feito algo assim para ela, uma menina tão jovem, simpática. Soraia era meu braço direito — começou a chorar compulsivamente e gaguejava tentando se expressar. — Como alguém pode ter a deixado nesse estado, quase irreconhecível... sangue para todo lado... meu Deus...

De repente ela começou a passar mal novamente, e Micael chamou os enfermeiros para auxiliá-la.

Ele aproveitou que ela estava aos cuidados médicos e entrou no carro indo embora. Quando chegou ao trabalho, entrou em sua sala e rapidamente abriu seu e-mail onde havia um primeiro relatório, que depois que leu e releu durante mais de uma hora e analisou várias vezes algumas fotos que já tinha em mãos, ele pode ter as seguintes impressões:

Vitima espancada.

Vitima amordaçada

Vitima com pés e mãos amarrados

Vitima estuprada.

Violência gratuita.

Vitima esfaqueada.

Sem digitais.

Sem DNA.

Cristofer – funcionário da livraria – foi levado para interrogatório na delegacia, pois foi a última pessoa que teve contato com ela enquanto estava viva