Capítulo 4

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Acordei sentindo alguém sacudir o meu corpo de maneira brusca, e por um momento achei que fosse apenas a minha mãe me acordando porque eu estava atrasada para a aula, mas logo que senti aquelas mãos e a dor no meu corpo, todo o pesadelo que vivi naquela noite veio à tona. Foi mesmo real, concluí com a cabeça latejando. Abri os olhos com dificuldade, sentei no banco rapidamente e me afastei das mãos sujas e nojentas daquele monstro.

Evitei olhar pra ele. Não queria ver seu olhar doente, ou seu sorriso malicioso e perverso direcionado a mim, muito menos queria ver em seus olhos o meu reflexo, o reflexo de uma Rosalye completamente destruída por dentro e por fora. Todos os meus sonhos de me casar, ter filhos e morar em uma casa bonita e confortável se dissolveram e sumiram nas mãos de um monstro sem sentimentos e sem coração.

Que homem na face da terra iria querer uma mulher como eu? Os homens procuram uma mulher inteira e à partir daquela noite, eu seria apenas um resto. Brian tinha razão. Ele brincou comigo e agora estava me jogando fora. Eu era um lixo, algo descartável, apenas isso.

As lágrimas novamente começam a escorrer pelo meu rosto.

O que as pessoas vão pensar se souberem algum dia? O que meus pais vão pensar? Todos vão sentir nojo de mim e vão me ver como um lixo também. Nenhum outro homem vai querer um resto.

Brian sabia disso. É era exatamente o que ele queria. Que eu convivesse com isso, como sendo algo que causa nojo e repulsa a todos. Eu não estava enganada; Ele era um ser obscuro.

- O que foi, Bela Adormecida? -Perguntou com sarcasmo e mesmo sem vê-lo, soube que ele estava sorrindo. - Não tenho tempo para chorinhos e besteiras, ok? Eu vou falar só uma vez. Você vai prestar atenção e fazer tudo o que eu disser, entendido? Se você for uma boa menina eu te deixo ir embora agora. -Ele falou com a voz fria, e eu balancei a cabeça freneticamente, fazendo mais lágrimas caírem sobre o meu rosto.

Eu já não aguentava mais ficar naquele carro. Eu precisava ir embora para algum lugar, qualquer lugar longe daquele monstro. Um lugar onde não existisse Brian Scott.

-Boa menina. -Ele aprovou com um sorriso perverso e eu tremi. -Por mais que eu adore vê-la assim, parcialmente nua, você não pode ir pra casa dessa forma... - Dizendo isso, lançou um olhar malicioso para o meu corpo, mordendo os lábios e só então percebi que os meus seios estavam expostos pela parte rasgada do vestido. Eu queria me cobrir, mas meu corpo não me obedecia. Fiquei horrorizada ao ver as marcas de dente e as marcar arroxicadas e vermelhas pelo meu colo e pelos meus braços. Agora eu podia entender porque tanta dor.

Meus olhos se arregalaram quando percebi que ele começou a tirar a jaqueta de couro que usava.

Não, por favor, que ele não faça aquilo de novo... Implorei mentalmente, horrorizada com o pensamento, mas ele apenas a tirou e jogou-a em cima de mim.

-Vista isso. É grande o suficiente para cobrí-la. -Ele ordenou inflexível, mas eu não me mexi. Não queria ter NADA que fosse dele. Não queria aquilo. Era preferível sair nua do carro.

Percebendo minha negativa, ele passou as mãos pelos cabelos.

- Eu disse pra você vestir a porra do casaco! Vista-se agora, antes eu perca o caralho da paciencia, e vista isso à força em você! - Falou entre dentes , fazendo-me encolher diante da sua voz comedidamente assustadora.

Eu sabia que se eu não obedecesse ele cumpriria a ameaça. Eu até podia suportar sua roupa em contato com o meu corpo, mas suas mãos... Isso não.

Resolvi obedecê-lo, e rapidamente vesti o casaco sobre o meu vestido rasgado. Eu queria sair dali o mais rápido possível.

-Ótimo. -Ele sorriu vitorioso. -Agora ouça bem: Ao chegar na sua casa, se encontrar alguém, com certeza vão estranhar pela sua roupa e pelos seus cabelos bagungados e as marcas vermelhas no seu rosto. -Ele falou tranquilamente. -Você simplesmente vai dizer que fomos a uma festa e você acabou brigando com uma garota que estava dando em cima de mim. Nada mais que isso. O resto você é esperta o suficiente para inventar. -Ele falou friamente, me fazendo ter mais nojo dele.

VioladaWhere stories live. Discover now