Violada

Capítulo Bônus

Pov Rosalye

*Três meses depois*

—Sr. Mason, eu realmente... — Não pude terminar a frase, pois meu nada adorável chefe praguejou do outro lado da linha.

— Srta. Parker, eu não quero ouvir suas desculpas. A senhorita não pode me ligar com uma fodida hora de antecedência para avisar que não virá trabalhar hoje. É inadmissível! É praticamente impossível achar uma substituta qualificada em tão pouco tempo e tem muito trabalho a ser feito. Quero a Senhorita aqui pontualmente às sete. Até. — E desligou. O filho da mãe desligou na minha cara!

Céus, como eu detestava aquele homem! Tive vontade de ligar de volta para confrontá-lo e manda-lo ir à merda, mas respirei fundo e me contive. Primeiro, porque ele era meu chefe, o homem que pagava o salário que eu precisava para me manter e segundo porque, apesar de ser um ranzinza e um completo idiota, eu sabia que dessa vez ele tinha certa razão.

Deixei o celular sobre a cômoda e fui até o berço onde a minha pequena Sophie dormia como um anjo. Eu não cansava de olhar para ela e admirá-la. Tão linda e pura! Lembro-me que no início tive medo de olhar para ela e enxergar os traços de Brian. No entanto, quando a vi pela primeira vez nos braços da minha mãe, surpreendi-me ao enxergar a mim mesma nos traços delicados do seu pequeno rosto. Sophie era uma cópia fiel minha. No entanto, depois que a segurei pela primeira vez em meus braços, percebi que, mesmo se ela fosse parecida com Brian, isso não me importaria. Eu amava a minha filha como jamais imaginei que fosse possível amar alguém.

Com cuidado para não acordá-la, coloquei minha mão delicadamente em sua testa e constatei com preocupação que ela continuava mais quente que o normal. A noite passada tinha sido difícil para nós duas. Sophie teve febre e chorou a noite inteira e eu, como mãe de primeira viagem, não sabia o que fazer. Passei a noite em claro verificando se a febre estava baixando e tentando fazê-la dormir. No entanto, a pequena só se deixou vencer pelo sono ao amanhecer.

Eu estava um trapo, mas precisava ir trabalhar.

— Pode ir trabalhar tranquila, Rose. Eu vou ficar de olho na Sophie. — Hannah sussurrou ao meu lado, fazendo-me sobressaltar. Não percebi quando ela entrou no quarto.

Hannah era minha vizinha de apartamento. Nós duas sempre nos encontrávamos no elevador e no corredor do terceiro andar e conversa vai, conversa vem, acabamos ficando amigas. Descobri que ela tinha experiência como babá, mas estava desempregada no momento. Acredito que foi obra do destino. Eu precisava de uma babá e ela precisava do emprego. Gostávamos de brincar que fomos feitas uma pra outra.

—Eu não queria deixa-la até ter certeza que ela está bem. — Cochichei de volta, com um aperto no peito.

Hannah colocou a mão no meu ombro em um gesto de carinho.

— Rose, eu prometo que te manterei informada o dia todo. Se a febre não baixar, eu mesma levarei Sophie até o hospital. Acredite, eu tenho mais experiência nisso que você. —Piscou presunçosa, tranquilizando-me. Sorri para ela. Hannah trabalhava como babá há mais de cinco anos. Com certeza ela sabia cuidar de um bebê com febre.

— Tudo bem. — Cedi, por fim. —Mas quero que me ligue imediatamente caso ela piore.

—Sim Senhora! — Hannah falou, batendo continência como um soldado, e eu revirei os olhos pra ela. De tanto conviver com crianças, ela parecia uma às vezes.

—Agora tenho que me arrumar. Se chegar atrasada na Mason terei problemas com o chefe. Ele está possesso hoje. — Fiz cara de assustada e Hannah riu baixinho.

—Pena que seu chefe não é legal como a minha chefe. — Falou bajuladora e eu revirei os olhos novamente, inclinando-me em seguida para dar um beijo na testa de Sophie.