Capítulo 2 - A Cidade, a Mundana e o Vampiro

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BOA LEITURA!!!

"A vantagem de ter péssima memória é divertir-se muitas vezes com as mesmas coisas boas como se fosse a primeira vez"

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"A vantagem de ter péssima memória é divertir-se muitas vezes com as mesmas coisas boas como se fosse a primeira vez"

Friedrich Nietzsche

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O último pensamento que Rose O'Doniell teve ao pagar pela gasolina foram as horas que ainda faltavam para chegar em casa. O cansaço latejava nos ombros e o sol ainda estava para se pôr. Teve quase certeza que iria ser derrubada pela fadiga quando se olhou pelo retrovisor: as suas pálpebras pesadas e suas pupilas opacas lhe diziam que não deveria ter feito aquilo, mas fez, embora ainda tivesse 12 horas de estrada pela frente.

O céu era uma aquarela, meio azul e meio cinza no horizonte avisando que a noite estava por vir. O conselho de sua mãe ecoou pela mente aumentando a culpa que carregava por não ter dormido na noite anterior. Se pelo menos tivesse comprado uma passagem de avião não teria que se preocupar em não cair no sono enquanto dirigia, porém, não entrava em um avião desde seus doze anos quando perdeu o pai em um terrível acidente, a qual ele era o piloto do monomotor. Dos três passageiros fora a única a sobreviver, apesar dos médicos desacreditarem na terceira semana do coma. Nunca soube como sobreviveu, no entanto, desenvolveu um medo pós-traumático: uma fobia que fazia evitar, entrar ou andar em qualquer coisa que tivesse mais de 3 metros de altura.

É suas férias e retornar para casa pela primeira vez desde que foi para a universidade há três anos, mal saíra e a ansiedade já lhe fazia contar os dias para retornar para o seu quarto no dormitório, não que amasse dividi-lo com outra garota que não sabia o que as palavras limite e privacidade significavam ou que não teria pessoas que ama lhe esperando, mas queria voltar porque aquele mundo aparentava pertencer mais a ela do que a qualquer outra pessoa. Rose também não diria que não amava voltar para casa, até gostava, sentia saudade da família, porém parecia que Stone Hill não tinha nada a lhe oferecer, nada além de um clima úmido e a sopa de sardinha.

Para se manter acordada tomou um gole do café que comprou na última lanchonete, encheu a boca com aquele líquido frio e amargo que desceu pela garganta como se estivesse engolido adagas congeladas. Fez uma careta, praguejando e apesar do arrependimento se sentiu mais ativa e bem para voltar a estrada. As horas se passaram e a suas únicas companhias eram a noite estrelada e um pensamento inoportuno que ela fez questão de interromper quando a música que tocava deixava na boca um gosto agridoce de nostalgia, assim, por um momento, se dividiu entre dirigir e mudar de repertório. A garota se esticou para alcançar os botões do rádio e com dedo indicador pulou de música. Com os olhos fixos no caminho repetiu os pulos, duas ou três vezes até perceber que não havia nada bom para escutar, optou por tentar com um cd que estava no porta-luvas. Se inclinou para alcançá-lo, mas o movimento precisou que desviasse a atenção. Rose acreditou que faria rápido: pegaria o cd e voltaria para estrada em minutos, no entanto, no instante em que se alongou em direção ao porta-luvas algo havia acontecido. Quando a primeira música passou a tocar ela já estava com ambas as mãos no volante, quando, inesperadamente, uma figura branca surgiu, a assustando. Rose gritou pisando automaticamente nos freios, os pneus rasparam no asfalto fazendo a fumaça subir e o odor de borracha queimada se espalhar, no entanto, ela não notou nada além da coisa ali parada.

A Sombria História de RomeuWaar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu