Prólogo

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BOA LEITURA!

"Amor é um marco eterno, dominante,Que encara a tempestade com bravura;É astro que norteia a vela errante,Cujo valor se ignora, lá na altura

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"Amor é um marco eterno, dominante,
Que encara a tempestade com bravura;
É astro que norteia a vela errante,
Cujo valor se ignora, lá na altura.
Amor não teme o tempo, muito embora
Seu alfange não poupe a mocidade;
Amor não se transforma de hora em hora,
Antes se afirma para a eternidade."
— William Shakespeare

°°°

Não o ame, Rose!

Suplicou outra vez, com o peito apertado como se ali dentro tudo estivesse lentamente se esmagando. Os pulmões ardiam em busca de ar, a garganta queimava ao falar. Doía, doía a cada respirar e assim continuava a dizer: — Não o ame! —, como se não tivesse repetido minutos antes para se convencer que não deveria amá-lo.

Disse tantas vezes a si mesma e nenhuma foi tão convincente, não o suficiente. Nunca seria, estava ciente desse castigo.

A menina de cabelos avermelhados olha extasiada uma paisagem que em outra circunstância seria linda; o azul do mar em uma imensidão sem fim, o cheiro da água salgada, da maresia sendo levada pelo vento que secava as lágrimas que escorriam pela face e fazia seus cabelos se moverem em uma dança marsala. As ondas batiam violentas nas pedras abaixo. Não sabia a quanto tempo estava ali, de punhos cerrados, chorando de soluçar, sem conseguir olhar para baixo, por medo da altura daquele precipício, porém sabia o que tinha que fazer, claramente.

Estava ali por alguém, sim, por ele, por aquele homem que lhe tomou o folego em uma paixão avassaladora, em um sentimento que a consumia e queimava a alma. Sugava para a profundeza do abismo. Não soube o momento exato que se apaixonou por ele, não se recorda do segundo que passou a se importar, muito menos quando passou a gostar dos poucos sorrisos sinceros e do olhar intenso, tão sagaz e apavorante.

Um amor de tamanha grandeza, mas que lhe trouxe dor. No auge de sua vida apaixonada por um homem que não lhe retribuía, que lhe desejava sangue e terror. Sofreu nas mãos dele o inimaginável, nas mesmas mãos que derramou sangue de sua família, por um capricho patético. Foi feita de brinquedo, usada para lembrar o quanto era poderoso, para mostrá-la que era apenas uma mundana e que mundanos sofrem.

Se achava um caso perdido que havia se entregado a ele. Não era uma garota diferente como outrora pensara, era uma menina frágil e patética como os outros 80% do mundo que amavam aqueles que lhes ignoravam. Ela era só uma porcentagem, uma jovem que agora estava reduzida a um coração partido em milhões de cacos. Não passava de uma tola que amava alguém que se tornará o seu pior pesadelo. Sua consciência trabalha para esconder todo o mal que ele fez, para poder seguir. Rezou para esquecê-lo, suplicou para odiá-lo.

Como reprimir um sentimento assim? Se não passava de uma criatura perdida que está a um passo de cometer suicídio, a um passo que não consegue dar. É tão simples, mais um passo e acaba com a dor, mas, por que não consegue dar? Mais um passo o mal vai embora, a tristeza acaba.

A Sombria História de RomeuWhere stories live. Discover now