Capítulo 8 - A Fera e seus frios olhos azuis

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BOA LEITURA!!!

"O hábito, esse demônio que devora todos os sentimentos

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"O hábito, esse demônio que devora todos os sentimentos."
— Hamlet - William Shakespeare


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A mundana estava no banheiro há quase uma hora, sentada no chão enquanto a água fria do chuveiro a anestesiava de suas dores. Fazia um bom tempo que parara de chorar, na verdade, para a sua surpresa, nem acreditava que poderia ter mais lagrimas para fazer tal coisa. Não estava no banheiro para ter a liberdade de relaxar, estava lá para se esconder de sua família e daquele demônio, queria um pouco de paz. Acordava nas manhãs após o pesadelo: sempre há duas delas, uma jazida em sua cama e outra presa no teto. A cada dia que o pesadelo se repetia ficava mais difícil de lutar contra o vampiro ao vê-lo se alimentar. Despertava no mesmo momento que seu corpo despencava no ar, antes mesmo de se chocar com seu corpo morto, ela abria os olhos e reconhecia o próprio quarto, diariamente com o peito ardendo, os pulmões sem ar e com o estômago embrulhado. O medo perturbava a sua mente e mesmo que tentasse se recuperar Romeu a visitava, levando-a ao que ela considerava ser à estaca zero.

Muitas das vezes que acordava o via sentado em sua poltrona, lhe observando como se, se deliciasse com seu pesadelo. Ele não lhe fazia coisas terríveis, no entanto, deixava claro o que queria e o que queria era ela. Sentia mais medo e se de fato conseguir tê-la, o que faria? E ainda nem entendia a criatura que ele era, apesar de ter feito pesquisas e mais pesquisas para compreender, Romeu se mostrava diferente, nem mesmo os livros explicava ou os filmes mostravam, era como se nunca tivessem escrito sobre ele. Embora parecesse uma mentira não conseguia não acreditar que vampiros existiam, aquele demônio, que via todas as manhãs, tinha se certificado de fazê-la acreditar.

A mundana abraçou as próprias pernas, suspirando, ao lembrar de sua vida na faculdade, não pôde deixar de imaginar que se tivesse escutado a sua vontade de não ter retornado para casa não teria conhecido um vampiro e não passaria por aquele tormento. Atender as ligações de sua mãe e explicar-lhe por que não voltaria, lhe parecia mais fácil do que ter que lidar com um demônio loiro.

A garota afastou os pensamentos quando escutou três batidas em sua porta, ergueu o olhar prendendo a respiração. Naquela manhã Romeu ainda não aparecera, mas ele nunca faltava um dia e ela temia o que ele faria quando aparecesse.

Mais três batidas foram dadas. O seu coração acelerou.

— Rose? — Era a voz de sua mãe. Aliviou-se. — Querida, está aí dentro a horas! — Havia preocupação no tom dela. Helene a conhecia muito bem, percebendo que ela não estava agindo do seu feitio, queria saber o motivo para ajudá-la. — Filha? Está tudo bem? Fizemos algo que lhe chateou? — Helene continuou.

A ouvir tais palavras Rose fixou-se na porta novamente, com a irritação no olhar. Por que a sua mãe pensava que sua mudança de comportamento seria por uma chateação causada por sua família?

A Sombria História de RomeuOnde histórias criam vida. Descubra agora