❝ VOCÊ TEM CORAGEM PARA DESVENDAR O MISTÉRIO?❞
Já havia tornado-se um hábito corriqueiro, de certa forma, uma tradição de Amélia viajar nas suas férias de verão para a casa de seu pai em Ventura, uma das diversas cidades litorâneas do estado da Cal...
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"A voz do inconsciente é sutil, mas ela não descansa até ser ouvida."
- Freud.
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O olhar de Harry mantém-se fixo sobre mim, analisando a minha postura com seus olhos desconfiados e ao mesmo tempo intrigados. Ele não entende ao certo os significados de minhas palavras, à medida que meus pensamentos refletem sobre o psicopata que está - e que agora comprovo - atrás de nós, em busca de saciar sua sede de sangue. Concluindo que não há outra explicação razoável para o estado em que Harry se encontra, ou havia?
Seu olhar busca ao tom azul do meu, as respostas de seus questionamentos. Contudo, eu sei que não consigo transparecer nada daquilo que ele necessita. Ao contrário, o pavor e o temor pelas nossas vidas consome todos os meus sentidos, impossibilitando que eu obtenha os meus raciocínios lógicos.
─ Você pode me ajudar? ─ Harry diz, contorcendo as mãos em busca de uma folga das cordas que amarram seus pulsos, ao mesmo tempo que ainda busca em meu olhar referências que dêem a ele uma noção do que realmente está acontecendo.
Pisco os olhos, fitando seu gesto em uma tentativa de se ver livre, e eu aceno em entendimento ao seu pedido. Meus olhos percorrem pelo ambiente a procura por algo afiado que possa dar a Harry a liberdade que ele anseia. E automaticamente meu olhar paira sobre a mala preta em couro da qual o senhor Velmonte tem o orgulho de possuir.
