Pensamentos que prevem uma batalha

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Férias. Tanto aconteceu que era até estranho pensar nisso... Na verdade, era estranho pensar em tudo o que iria acontecer daqui para frente. Harry havia nos puxado para um quarto depois de "ter certeza de que eu não estava com a doninha" e nos contou tudo o que aconteceu na noite em que Dumbledore morreu e sobre a tarefa que lhe deixara. Nós iríamos com ele e não havia nada, nem ninguém capaz de nos impedir. Cheguei na casa dos meus pais imaginando se, depois que saísse dali, voltaria. Resolvi não pensar nisso.
Passei a maior parte das férias arrumando minhas coisas, afinal era pra isso que eu estava lá. Meus livros já estavam em sua maioria colocados em um canto do quarto, mas ainda teria de separa-los entre "levar" e "não levar" na caça à partes de alma do pior ser da história. Abri meu malão para organizar o que ainda tinha lá dentro e passei a fita-lo por um momento. Roupas cuidadosamente dobradas, uma caixa de penas ao lado do meu estojo de tintas, sapatos, toucas e cachecóis, tudo arrumado, tudo organizado. Mas eu sabia que por baixo disso havia algo em que eu não mexia faz tempo, apenas adicionava. Meus tesouros. Um grande caco de vidro em forma arredondada brilhou quando eu terminei de tirar as roupas de frio do malão: um pedaço de profecia. Gina havia tirado dos meus cabelos na noite em que voltamos e eu o guardei, apesar de dizer que entregaria a Dumbledore... Um recorte de jornal mostrava uma imagem em que eu e Harry nos abraçávamos em uma barraca, a manchete sobre sermos amantes me tirou um leve sorriso pela centésima vez. Retirei do malão minhas meias e sapatos e atrás destes apareceu ele: o vira-tempo. Sua ampulheta rachada mostrando o motivo de terem deixado eu ficar com ele. Uma pena, nos ajudaria muito na tarefa que tínhamos pela frente... Finalmente tirei todas as penas, tintas e pergaminhos extras do malão, revelando o resto dos meus tesouros: um pedaço de papel descrevendo o Basilisco, com uma pequena palavra anotada no canto: "canos". Bem ao lado um vidro de poções, mas dentro dele não havia poção alguma e sim um pergaminho enrolado. Eu sabia o que ele dizia, não precisava abrir, era a tarefa de Snape para chegar até a câmara da pedra filosofal. Snape. Por uma fase da minha vida eu até pensei que era implicância que os meninos tinham com o professor. Ao saber que ele fazia parte da ordem eu até mesmo o adimirara, um pouco... Mas acabou que ele era só um assassino. Frio. E cruel.
E tinha Malfoy. Ele, que estava sozinho com Alastor e Remo na sede. Ele, que estavam examinando a cabeça para extrair algo útil. Ele que me usara, apontara sua varinha para Dumbledore, o desarmara, deixando o caminho livre para Snape.
Tentando não pensar nisso voltei meus pensamentos para o plano de fuga de Harry. Colocaram-no de volta com os tios para que o feitiço de proteção que Lilian colocou nele não acabasse antes do tempo, afinal não era intenção dele chamar aquela casa de lar por muito mais tempo. Pouco antes da data marcada para buscar Harry eu iria para a toca. Rony estava lá e, eu tinha quase certeza, ainda não tinha 100%de confiança em mim.
Minha mente vagou até meus pais que provavelmente já estavam na Austrália agora. Eu havia dito aos membros da ordem que eu poderia ficar na casa dos Weasley nas ferias, mas eles insistiram que eu precisava passar um tempo com meus pais depois de tudo o que houve, então lá estava eu, na casa vazia dos meus pais, arrumando as malas para talvez nunca mais voltar.
Naquela manhã de sexta enevoada acordei determinada a não pensar mais em coisas que não me permitissem continuar minha jornada. Isso incluía meus pais, a casa que deixaria para traz, meu futuro incerto, Dumbledore, Snape e é claro... Malfoy.

Com isso em mente, aparatei.

Ao ajudar meu melhor amigo - Dramione (Segunda Temporada - em andamento)Onde histórias criam vida. Descubra agora