Et Liberasti Me

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POV Hermione

Gritos.
Após o anúncio do Lince patrono, tudo virou gritos e caos.
Corri procurando por Harry, ele era a pessoa que corria mais perigo ali. Finalmente o encontrei olhando em volta procurando por mim e Rony, provavelmente. Peguei seu punho, o arrastando para o outro lado, olhando em volta procurando Rony.
- POTTER! - ouvi alguém gritar.
Olhei para o som e vi que era Malfoy que gritava com Rony que respondeu nervoso antes de ser agarrado pelo pescoço. Merda. Corri até eles e segurei Malfoy, aparando. Ainda ouvia os gritos, luzes passavam por meus olhos, tudo era confuso. Ouvi a voz de Malfoy em meio aos gritos.
"Mas não consigo. E agora... eu vou morrer."
O que? Mais névoa e gritos, minha mão colada em Harry e Malfoy.
"Pode continuar com o Draco se quiser. Pouco me importa agora."
Draco...? DRACO?
"Seu calor contrasta com meu frio... é bom."
Sentia seu corpo frio contra minha mão conforme rodopiavamos, apesar da poção polissuco ele continuava frio.
"A única coisa que eu sei é que eu quero ficar perto de você, falar com você o tempo todo e você não sai da minha cabeça! A-acho que você é a primeira pessoa em toda a minha vida que está fazendo algo por mim... E, ainda por cima, algo corajoso! Algo que pode te matar!"
Me matar? Os gritos da festa sumiam lentamente.
"Herms, não se preocupe. eu vou tentar muito não ama-la e, se isso acontecer, eu juro, você nunca vai ficar sabendo."
Herms... Então ele já tinha me chamado assim? Quando??
"Te amo in tota anima mea, angele, te amo, te amo, te amo! Et liberasti me!"
Meus pés bateram no chão, uma luz forte veio em nossa direção, vi Malfoy empurrando Rony para fora da rua e corri puxando ele e Harry para longe do ônibus que vinha.
Draco.
Draco me amava.
E eu amava ele.
Eu me lembrei! EU ME LEMBREI!
Mas... Por que ele não me contou? Será que fizeram algo com ele na mansão Malfoy?? Será que ele lembrou algo diferente do que eu lembrei?
Olhei para ele.
- O que... - falou
Eu não podia olhar em seus olhos. Não agora. Não com aquele rosto que eu desconhecia, não sem a certeza de que ele também se lembrava. Eu tinha que ter certeza antes de contar a ele...
E Harry? Rony? Eles nunca me perdoarão quando souberem que não foi um Império.
Novamente Draco Malfoy estava virando minha cabeça do avesso. Andamos até encontrar um lugar seguro para eles se trocarem e Harry se esconder. Eu tentava a todo custo não olhar para Malfoy, não interagir com ele. Não queria mostrar que havia me lembrado, estávamos em um momento de crise, não tinha tempo para esse tipo de coisa!
- Por favor, Harry, cubra-se com a capa - disse antes de voltar a Tottenham Court. Harry atirou a capa sobre os ombros e puxou-a para a cabeça, desaparecendo de vista.
- Só por curiosidade, por que a rua Tottenham Court? - Perguntou Rony
Engoli em seco. Assumo que no meio do pânico aparatei sem realmente pensar em onde iríamos e no meio das minhas memórias devo ter vindo para o lugar que disse á Draco ser seguro...
- Não faço ideia - disse ríspida - mas tenho certeza que estaremos mais seguros no mundo dos trouxas.
- Verdade - concordou Draco
- Mas você não se sente um pouco... Exposta? - perguntou Rony
- Que outra opção nos resta? - Disse Draco
- É verdade. Não daria pra reservar quartos no caldeirão furado, não é? E o largo grimmauld está fora, se o Snape ainda pode entrar lá. Ah, eu gostaria que eles calassem a boca!
Minha linha de pensamento estava sendo continuamente interrompida pelos comentários e assédios vindos do outro lado da rua, como se não bastasse o turbilhão de memórias que eu havia me tornado... Ron abriu a boca para responder e senti Malfoy começar a virar em direção aos homens na outra calçada e, sabendo o Histórico do sonserino, achei melhor mudar de assunto.
- Vamos nos sentar em algum lugar! Olhe, esse serve, aí dentro!
Harry sentou primeiro, de frente para a porta e Malfoy se apressou para sentar de frente para Harry. Rony ficou encarando a mesa por alguns segundos, provavelmente decidindo se valia a pena sentar ao lado de Malfoy para impedir que eu sentasse. Olhei para ele em súplica, eu não podia sentar perto de Draco, não agora. Mas sendo o grande amigo que é Rony fez uma careta de desculpas sentando-se ao lado de Harry. Ótimo... Infeliz, sentei-me ao lado de Draco e de costas pra porta, o que me deixava extremamente desconfortável. Os cabelos de Draco estavam lentamente voltando a ser loiros e lisos, sua barba havia desaparecido antes mesmo de entrarmos no café.
- Sabem, não estamos muito longe do caldeirão furado, é logo ali em Charing Cross...
- Você é estúpido? - Perguntou Draco, sua voz já de volta.
- Não da pra se hospedar lá, mas...
- Rony, não podemos! - eu disse - Voldemort tomou o controle, não podemos ser vistos!
- Tá, tá, foi só uma ideia...
Começava a achar que Harry tinha razão... Rony não sabia muito bem no que estava se metendo...
A Garçonete finalmente decidiu nos atender e eu pedi três capuccinos. Ouvi a porta se abrir e olhei por sobre o ombro pela décima vez nos últimos cinco minutos. Dois homens grandes entravam no café e se sentavam.
- Sugiro que procuremos um lugar sem movimento para desaparatar e sair da cidade - sussurrei - uma vez lá, poderíamos mandar uma mensagem para a Ordem.
- Então você sabe fazer um patrono que fala? - perguntou Rony.
Olhei rapidamente para Draco. Aprendera o feitiço pouco antes do fim do ano e o usara para marcar o último encontro que tivemos... Nossa primeira vez. O som de seu gemido ressoou em meus ouvidos. Pigarreei antes de continuar.
- Ahm, andei praticando - disse
- Desde que não cause problemas pra eles.
- Não sei se é uma boa ideia... - disse Draco - provavelmente estão sendo interrogados nesse exato momento.
Rony tomou um gole de seu capuccino fazendo uma careta, Draco já estava na metade do dele e o meu estava intocado.
- Vamos andando então - disse Rony - não quero beber essa água suja.
- Hermione, você tem dinheiro trouxa? - perguntou Draco preocupado
- Tenho, tirei tudo da poupança.
Suspirei sabendo que o dinheiro estaria difícil de pegar e coloquei a mão em minha bolsinha, olhando lá dentro. Antes que eu pudesse pensar qualquer coisa me senti ser empurrada bruscamente em cima de Draco, ouvi os azulejos se estilhaçado e Harry gritando um feitiço.
- Estupefaça!
Mas que droga! Rony agora se encontrava amarrado da cabeça aos pés em cordas negras, Harry conseguiu estupidamente atingir a garçonete que apenas tentava fugir, Draco saiu de baixo de mim entrando na minha frente e lançando um feitiço escudo.
- Expulso! - gritou um dos comensais jogando Harry contra a parede, fazendo sua capa cair.
DROGA, DROGA, DROGA!
- Petrificus Totalus! - eu disse de trás de Draco, derrubando o segundo comensal.
Minhas mãos tremiam, quando finalmente vi o rosto de Draco, já sem o efeito da poção, vi sangue escorrendo de sua testa e bochecha, provavelmente os estilhaços haviam pegado nele quando entrou em minha frente.
Ah Draco... Levantei minha mão para limpar seu rosto, mas mudei de ideia me afastando... Ele parecia não se lembrar de nós. Eu não ia abusar. Fui até Rony que estava no chão parecendo um casulo.
- D... Diffindo - Ordenei, mas minhas mãos tremiam e eu acertei seu joelho sem querer - Ah, desculpe Rony! Diffindo!
As cordas caíram e Rony se levantou sacudindo os braços de modo estranho.
- Eu devia ter reconhecido esse - Harry estava olhando o comensal petrificado - ele estava lá quando Dumbledore morreu.
- Dolohov - disse Draco - sim... Também encontrei ele brevemente em sya transferência, Potter, quando tentávamos levar você para A Toca. E aquele é Rowle. São de elite em duelos, não sei o que faziam aqui.
- Como foi que nos encontraram? - disse em pânico - Não é coincidência, sabiam onde estávamos.
Então me atingiu.
- Sua marca. - olhei para Draco que arregalou os olhos
Ele subiu a manga esquerda com pressa.
- Mas... Ela não ardeu, não está se movendo, nada! Olhe!
Olhei seu braço e me arrepiei.
- Ela ainda estava aí quando você usou a poção?
- Não... Aparentemente Você-sabe-quem deixou isso de lado para podermos nos disfarçar. Mas ele provavelmente ainda podia me rastrear.
- Pois é. - eu disse com raiva - me de seu braço.
- O... O que? - ele disse com medo
- Vamos! - gritei
Harry e Rony observavam em silêncio. Draco respirou fundo e trouxe seu pulso próximo de mim.
Peguei o Ditamno em minha bolsa, sabendo que precisaria dele. Levantei a varinha, apontando-a para a marca e com a outra mão segurei seu punho para ele ficar firme, mas no momento em que minha mão tocou sua marca ela começou a desaparecer. Primeiro logo abaixo do meu dedo, e dali se espalhou para o restante, finalmente sumindo por completo.
- Mas o que... - eu disse
Ele estava de olhos fechados esperando meu feitiço, Harry e Rony correram para mais perto.
- Malfoy!! - chamou Harry
Ele abriu os olhos e olhou para o braço.
- O que você fez? - perguntou pra mim
- Nada!! Absolutamente nada eu só te toquei...
Nos encaramos em choque. Me lembrei que meu toque ajudou antes, por quase um ano inteiro na verdade. Tirou sua dor. Algo em mim, algo em meu toque, tinha poder contra a marca. Será qualquer marca? Ou só... A dele?
- Ok, mas o que vamos fazer com eles? - perguntou Rony, apontando os comensais como se o assunto estivesse encerrado. - Mata-los?
Eu estremeci e abri a boca chocada.
- Eles nos matariam - Disse Draco e os dois deram de ombros.
Aaah, agora eles se davam bem! Pscicopatas! Harry sacudiu a cabeça
- Só precisamos apagar a memória deles - suspirei aliviada - se os matarmos fica óbvio que estivemos aqui.
Eu estava cercada de pscicopatas. É oficial.
- Eu não sei apagar memórias - Disse Rony
Eu abri a boca pra falar, mas Malfoy me interrompeu.
- Eu faço.

Ao ajudar meu melhor amigo - Dramione (Segunda Temporada - em andamento)Where stories live. Discover now