Capítulo 1

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Já estava tarde e eu precisava me levantar da cama. Porém estava difícil, queria dormir mais um pouco.

O céu estava nublado e estava uma manhã agradável em São Paulo. Me levantei e fui até o banheiro.

Tomei um banho para acordar oficialmente. Quando estava secando o cabelo,meu celular tocou. Olhei no visor e era a Marília, minha namorada.

- Oi. - digo assim que atendo.

- Bom dia meu amor. Te acordei?

- Não, não. Bom dia. Já estava indo para o trabalho.

- Ah,sim. Vem aqui em casa mais tarde. Tenho uma supresa para você.

- O que é?

- Se é supresa eu não vou falar ,né Oliver?

- Okay. A tarde eu vou aí. Tchau.

- Tchau,beijo.

Desligo o telefone e vou me vestir. Eu tinha um trabalho formal e tinha o que eu sempre gostei de fazer. Trabalhava em uma academia pela manhã e pela noite corria e lutava. A Mari não sabia disso,era certinha demais. E eu preferia não assuta-la com essa minha vidinha desconhecida.

Liguei o carro e partir em direção a academia. Amanhã entro de férias. Daqui a duas semanas é o meu aniversário e irá completar cinco anos que a Sophia morreu. Eu nunca mais comemorei meu aniversário, não era motivo de festa. Mas esse ano a Mari e o Ethan se juntaram para patrocinarem uma comemoração. Mas eu não gostava disso,odiava a idéia de ter que comemorar algo sendo que eu tinha perdido a pessoa que eu mais amava mais o menos nesse dia.

Mas a Mari não sabia dessa história, ela não sabia sobre a Sophia. Então eu não poderia culpá-la por isso.

Coloquei uma jaqueta e sai do carro. Entrei na academia e fui para o vestiário. Coloquei o tênis e fiquei me olhando no espelho.

Tirando o brinco,os piercings e algumas tatuagens a mais aparentemente era o mesmo Oliver de cinco anos atrás. Mas eu não era. Muitas coisas aconteceram,coisas que causaram danos irreparáveis.

Eu dava aula luta aqui na academia. Não só um tipo,mas várias.

Já tinha algumas pessoas na sala. Esperei dá o horário e fui para mais um dia de trabalho.

Era engraçado me ver assim. Trabalhando de forma honesta sem matar ninguém. Quer dizer ,durante o dia. Porque durante a noite... Eu não respondia pelos meus atos.

Uma parte de mim acreditava que se a Sophia me visse aqui trabalhando normalmente, ela iria ficar orgulhosa. Mas uma parte ainda maior acreditava que ele iria preferir me ver lutando ou correndo. Não por que ela gostasse,mas porque me fazia feliz. E ela fazia isso, coisas para me fazer feliz. Eu deveria ter aprendido isso com ela. Mas não, eu continuo um babaca egoísta e egocêntrico.

As aulas passaram normalmente. Fui até meu chefe e conversei com ele. Não iria precisar vim amanhã. Férias antecipadas.

Fui até o carro e dirigi em direção a casa da Mari. Fazia um ano e alguns meses que nós namorávamos. Ela era a primeira mulher que eu conseguir ter um relacionamento sério depois de tudo que aconteceu.

Talvez por causa dos seus cabelos loiros como ouro ou pelos seus grandes olhos cor de mel que ficam lindos quando ela sorri. Ou talvez fosse pelo seu jeito doce e carismática. Ou talvez fosse porque ela me trouxe um pouco de paz. É, minha vida era resumida em um monte de talvez. Nenhuma certeza, só hipóteses. Hipóteses que talvez um dia eu consiga ter certeza. Era algo louco. Minha vida estava assim. Sem nenhuma certeza. Eu só vivia os dias como tinha que ser. Sem nenhum propósito ou razão maior.

Até O Fim (Livro 2)Where stories live. Discover now