Capítulo 11

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- Filinha... não vai me responder? Cadê a educação que lhe dei ?- A voz continuava, mas eu estava em choque, trêmula. Lágrimas desciam do meu rosto, isso não pode está acontecendo.

- Quem está falando ? - digo com a voz rouca, segurando a voz de choro, Peter me olhava e fazia mimica para perguntar quem era.

- Filinha... não me reconhece mais? Papai está com saudades.- A voz falava. PUTA MERDA, ELE ME ACHOU.

- Não me chama de filha, seu merda.- grito e choro ao mesmo tempo.

- Não xingue filha, só vai piorar as coisas para a sua amiga, er... ah sim, Clarice.- Congelei, droga, droga, não pode ser.

- O que você fez com ela ?! - grito e ele ri.- Responde !! O que você fez com a Clarice? Cadê ela?! - grito.

- Se acalme, ainda não fiz nada com sua amiga.- Ele fala.- Você pode evitar qualquer coisa de ruim com ela.- Ele fala e ri.

- O que você quer ?

- Chegamos a um ponto muito interessante desta ligação.- Ele fala rindo e depois retoma a fala.- Você irá se entregar, e não tentará nenhuma gracinha, e pode avisar ao seu amigo Peter o mesmo, caso contrário sua amiguinha está morta. O endereço está no email do seu amigo. Vão está te esperando.- Ele fala e desliga, ainda fico um bom tempo com o telefone no ouvido em choque com a decisão que preciso tomar, boto o telefone no gancho e começo a chorar e Peter chega mais perto.

- O que aconteceu, Ray?

- Que Droga, Peter! Porque ainda se importa comigo? Eu sou a desgraça da vida de vocês.-grito com ele em meio as lágrimas.

- Ei se acalma, e não fala desse jeito.

- Peter, eles pegaram a Clarice! E tudo porque ela convive comigo.

- Meu Deus.- Vejo o medo tomar conta de seu rosto.- E oque ele quer para soltar Clarice ?

- Ele quer a mim.- digo e olho nos olhos dele e ele balança a cabeça em negação.

- Você não vai fazer isso ! - ele grita.

- Vou sim, não vou deixar a Clarice morrer.

- Quem garante que você se entregando ele vai deixar ela viver.- ele dispara as palavras e me acertam em cheio, ele tinha razão, mas eu não podia ficar sem fazer nada.

- E Você quer que eu faça o que então? Fique de braços cruzados? Ele te ameaçou Peter, não quero ninguém morrendo por minha culpa.

- Ninguém vai morrer, Ray.

- Como pode ter tanta certeza ? - digo cruzando os braços.

- Não tenho, mas deve haver algum outro jeito, outro meio de conseguir tirar a Clari de lá.

- Não tem Peter ! Você não vê? Acabou! - Grito a última palavra e tudo me dói, só de imaginar a minha luta em vão.

- E se... E se você se entregar e ele não soltar a Clarice ?

- É um risco que preciso correr.- digo seca ele segura meus braços.

- Pelo amor de Deus, Ray, não faça isso.

- Para Peter, chega, ja decidi, e nem pense em me seguir. Eu vou lá amanhã mesmo.

- Você é louca, podíamos chamar a polícia, Ray.

- Polícia Peter? POLÍCIA? - Grito

- Sim, a Polícia !

- Ele controla até uma mosca que ta pra começar a voar, quem dirá a Polícia, não vou por a vida de ninguém em risco. Eu vou e pronto.

- Eu te proibo de sair desse Apartamento.- Peter fala extremamente nervoso, solto uma risada irônica diante de sua ordem.

- Pelo amor né Peter ?! Eu não sou nenhuma criança.

- Mas ta agindo sem pensar, feito uma.- Revirei os olhos com sua declaração.- Não debocha, hoje eu durmo aqui, só pra garantir.

- Mas que merda Peter ! - grito e saio bufando em direção ao quarto. Tranco a porta, preciso pensar, é muita coisa ao mesmo tempo.... pego o notebook de Clarice e abro o email, pego o endereço e guardo o notebook, preciso pensar em um jeito de sair daqui sem o Peter me seguir, e preciso parecer que desisti de me entregar.

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- Ray, abre a porta.- Peter fala do outro lado pela milésima vez.

- O que você quer?! - grito.

- Que você abra essa porta.

- Sabe, não estou nem um pouco a fim.

- Fiz Pizza.- ele fala e ja posso imaginar o sorriso no rosto dele. Pulo da cama e abro a porta e ele tava com a caixa de pizza na mão.

- Você não fez, você pediu.- digo revirando os olhos.

- Da no mesmo, vem comer.- ele fala e nem precisa falar de novo, sento com ele na bancada e comemos a pizza e depois fomos assitir TV, até agora acho que fui convincente o bastante.

- Que sono, vou dormir, hoje o dia foi agitado demais.- digo.

- É, é bom você ir descansar.- ele fala, dou um abraço nele, que pra ele era de boa noite, mas para mim, era um Adeus. Fui para o meu quarto e finjo está dormindo.

+++

Depois de umas longas horas, finalmente Peter pega no sono, troco de roupa rapidamente e bem silenciosa, pego minha bolsa e boto nela a arma de Igor, do dia que fui sequestrada, sim, eu consegui pega- la e esconder comigo, sento na cama para por os sapatos e levanto, passo por Peter, que está dormindo, me aproximo devagar para não acorda- lo e sussurro:

- Adeus amigo, obrigada por tudo, foi bom ter você comigo.- falo e saio de fininho, irei salvar Clarice e ficar cara a cara com o capeta em pessoa chamado Eduardo, mas conhecido como "Meu Pai", meus minutos estão contados.
Nunca estive com tanto medo.

Fugindo Do Passado (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora