Capítulo 16

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* 3 Semanas depois...*

   Abro os olhos lentamente devido a uma claridade absurda, e a dor de cabeça forte que sinto, meu corpo todo dói, estranho o silêncio imenso que o local tem e desperto mais rápido para olhar a minha volta e vejo que estou em um quarto de hospital.

Mas... como parei aqui? Não me lembro de mais nada, somente do golpe traiçoeiro que alguém me deu na cabeça. Sinto um negócio no meu nariz que está ligado a essas máquinas aqui, que merda! Quanto tempo fiquei desacordada?

Tento me levantar e minhas pernas doem muito, que inferno, que tipo de hospital deixa o paciente sozinho assim?

- TEM ALGUÉM AI ? - começo a gritar e não demora nem 2 minutos e entram duas enfermeiras correndo.

- Olha só, ela acordou! - uma fala sorrindo.- Vou chamar o namorado dela.- ela fala e sai enquanto a outra vem em minha dire... NAMORADO? do que ela estava falando?

- Como você está? - ela fala com um sorriso simpático.

- Ela disse namorado? - falo supresa e ela sorri.

- Sim, o moço que veio para cá, junto com você, levou três tiros e se recuperou tão rápido.- ela fala e olho para a cara dela com maior cara de "Que ?" Então ela continua suas perguntas padrões.- Como está se sentindo ?

- Com muita dor.- respondo.

- Onde ?

- Cabeça, pernas, braço e porque diabos estou com isso no meu nariz ?!

- Enquanto você estava desacordada, estava com dificuldades para respirar, sua operação para remover duas balas foi um pouco complicada mas, graças a Deus você está acordada.

- Eu levei dois tiros?! - digo supresa.

- Não, quatro, dois de raspão no braço direito e dois que se alojaram na perna direita e esquerda.- Ela fala na maior tranquilidade e eu a olho apavorada.

Logo depois a enfermeira que tinha saído retorna e sorrio ao ver quem entrava atrás dela. Peter!

Ele praticamente corre meio manco em minha direção.

- Como você está ? - ele pergunta, vejo seu olhos marejados.

- Estou bem, com um pouco de dor mas estou bem.- digo e dou um riso fraco. Sabia que ele devia está com muita raiva por eu te fugido.

- Porque mentiu e fugiu ? - ele dispara as perguntas, observo as enfermeiras se retirando de fininho.

- Peter, olha, eu não estou muito bem para falar sobre.

- Está bem, quando formos para casa, conversamos...- ele fala e passa a mão nos cabelos.

- Cadê a Clarice? E o que exatamente aconteceu?

- Vamos conversar quando sairmos daqui, está bem ? - ele fala e só concordo com um gesto de balançar de cabeça.

- Quando vamos sair daqui? É arriscado ficar muito tempo em um lugar.

- Você está a quase 5 anos aqui em São Paulo.

- Mas eles não sabiam, e eu não saia de casa antes, estava muito bem assim.

- O que você quer dizer com isso ? - ele pergunta confuso.

- Nada.- digo seca, desviando o olhar e um silêncio se alastra pelo local.

- O que aconteceu com você ? - digo quebrando o silêncio.

- Quando você gritou o meu nome me fazendo parar, eu virei em direção ao rosto de Igor e ele estava com a arma em punhos, tentei desarma-lo mas ele me deu dois tiros na perna esquerda.

Ele diz mostrando a cicatriz na perna.- Eu cai na hora em que vi a pior imagem, meu coração se sentiu traído ao ver minha própria irmã envolvida naquilo tudo, e foi ela que fez você desmaiar com os dois golpes na cabeça, Igor tentou me matar mas eu consegui isto primeiro.- Ele fala e minha reação foi somente arregalar os olhos e tampar a boca com as mãos, Peter matou Igor? Inacreditável.

- Sei oque você deve está pensando.- Ele fala me fazendo voltar a atenção para ele.- Nem eu sei como consegui tal coisa, o que me deixou mais revoltado foi ver minha irmã envolvida com aquilo tudo, e o pior foi vê que ela fugiu sem ao menos me dar suporte.- ele fala e vejo seus olhos marejarem e então ele abaixa a cabeça e fica balançando em reprovação.- Eu nunca vou perdoar a Helena, e a odiaria para sempre se algo de pior acontecesse com você.

- Por que está se preocupando tanto comigo? - digo realmente curiosa, ele se importa tanto...

- É Porque...- Ele começa a falar mas logo para ao ver Clarice entrando correndo.

- Finalmente você acordou! - ela fala já parada do outro lado da cama e com o rosto todo vermelho e lágrimas nos olhos.- Fiquei com tanto medo de perder você!

- E eu de nunca mais ver vocês dois. - confesso. Logo depois um médico entra e explica minha situação, logo poderei sair, mas ele precisava fazer alguns exames antes disso.

Quando ele saiu levou Peter e Clarice junto com ele, pois havia acabado o horário de visitas. Fico deitada e pensando no que irei fazer, não posso mais ficar aqui, virei alvo fácil. A enfermeira entra com a minha janta, gosto dela, tem um sorriso tão simpático.

- Seu namorado se recusava a ir embora, a amiga de vocês teve o maior trabalho.- ela comenta.

- Ah, ele não é meu namorado...- digo olhando para ela que fica supresa.

- Ai, mil desculpas, é que parece muito, e ele quer sempre cuidar de você... se não são, vão ser hein.- ela diz sorrindo e sai. Fico rindo do que ela fala, não acredito no amor, não nesse de ser relacionar seriamente e formar uma família, somente o amor de amigos e irmãos... É muito difícil você ver algum relacionamento durar...

Como minha janta e meu Deus, que Saudades das besteiras que comia na casa de Clarice, comida de hospital é horrível.

Fico organizando os pensamentos um tempo, depois a enfermeira vem me dar os medicamentos e sai, quando estou quase pegando no sono vejo a porta se abrir devagar e uma figura entrar, aparentemente um homem, fico feito um gato quando ver água, mas o que adianta? Pra onde eu vou correr? E então a voz que eu não queria nunca mais ouvi reaparece.

- Olá Filhinha.

Fugindo Do Passado (EM REVISÃO)Dove le storie prendono vita. Scoprilo ora