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Pedro

"Eu não consigo ver você me tirar do caminho. Eu não quero pedir ajuda, mas eu preciso. Bem que podia ser hoje".

Esses sons estão ficando cada vez mais constantes. Pássaros. Observei-os durante horas pela janela, parecem felizes ou pelo menos tentam.
Não era comum eu mandar mensagens logo pela manhã, mas já estava ficando completamente entediado de ficar entre quatro paredes. Sai de casa em direção a de Lua, ela veio correndo ao me ver, sempre tão linda, delicada e pura, seus olhos estavam tão brilhantes e seu cabelo balançava e voava juntos ao vento. Saímos andando de mãos dadas.

— E então, para onde vamos mesmo? — Perguntou empolgada.

— Quero ver se reconhece algo. — Sorri com a cabeça baixa.

— E se eu não reconhecer? — Lua para na minha frente me impedindo de andar.

— Teria que te matar. — Ela sorri, então continuamos.

Subimos uma grama baixa e aparada e caminhamos até chegar perto de um penhasco onde havia uma árvore. Dava para ver a cidade inteira de lá.

— Eu lembro... — Sussurrou. — Você me trouxe quando eu estava me recuperando do... coma. — Seus olhos começaram a ficar vermelhos e brilhantes até que uma lágrima escorregou. — Quanto tempo faz?

— 2 anos. — Disse baixo.

— Parece que foi ontem. — Risos, ela se aproximou de mim e me abraçou. — Senta aqui! — Obedeci e sentamos na grama. — Aqui é tão silencioso.

— Posso ouvir seu coração bater. — Ela riu.

— E eu posso ouvir o seu. — Abaixo a cabeça.

— Mas eu não tenho coração.

— Tem sim! — Ela se aproximou praticamente colando nossos corpos, levou sua mão até a minha é a puxou colocando sobre meu peito. — Ele está bem aqui, só você quem não percebeu. — Ela riu me fazendo rir junto, ela era toda atrapalhada e tão linda, eu me perdia várias vezes encarando seus olhos e seu sorriso. Aquilo era pressão de mais.

— É melhor a gente voltar. — Lua concordou com a cabeça.

Ele Psicopata, Ela Suicida (2°Temp) Where stories live. Discover now