Capítulo IV - A Noiva

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As Origens de Sebastian

Capítulo IV

A noiva

A tempestade caía intensa, tornando o fim de tarde sombrio. Inúmeras carruagens adentraram o quintal da residência da família principal de Valdávia e estacionaram sob o grande toldo que precedia a entrada.

Lorde Edward saiu de uma das carruagens e foi recepcionado pelo abraço caloroso da esposa Francine, que havia avistado a diligência da torre mais alta da construção e viera ao encontro do marido.

— Finalmente está de volta! — ela exclamou, com verdadeiro tom de alívio na voz.

— Sim. Estou de volta, milady — o homem sorriu e a beijou nos lábios. — Estou de volta e trago boas novas. Mas, antes de qualquer coisa, vamos entrar — ele disse, enlaçando-a pelos ombros e a levando para dentro, sendo acompanhado pelos que desciam das carruagens. — Estamos famintos. Onde está meu filho?

— No quarto — Francine respondeu com receio, pois estava ansiosa para falar em particular com o marido, justamente sobre o filho.

Porém, Edward parecia efusivo, e sequer percebeu a apreensão da mulher e já foi gritando pelo o filho ao adentrar a residência.

— Crispian! Venha aqui! Seu pai chegou e trouxe novidades para você.

— Novidade para o menino? — a mulher observou o marido.

— Sim, milady — ele soltou dos ombros de Francine para ficar de frente com ela e olhá-la nos olhos. — Boas novidades. Aliás, estava nessa missão com a pretensão de fazer algumas negociações.

— Negociações?

— Sim.

Francine se desesperou.

— Querido, ouça-me. Antes de qualquer anúncio sobre seus negócios dessa viagem, precisamos conversar sobre Crispian.

— Conversar sobre o quê, milady? O que tem ele?

— Crispian está estranho desde que partiu em viagem, Edward — ela explicou com a voz sussurrada, apanhando o braço do marido e o distanciando do grupo que se aglomerava no hall de entrada da residência. — Crispian passou todos esses dias trancados no quarto, cavalgou pouco, treinou pouco, descia somente para comer e subia e se trancava novamente. — Ela deu continuidade ao notar que estavam distantes suficientes para não serem ouvidos pelos demais. — Quando eu perguntei o porquê de ele estar passando tanto tempo fechado em seus aposentos, ele apenas me respondeu que queria privacidade.

O homem arregalou os olhos para a esposa e em seguida sorriu, deixando-a confusa.

— Eu sei o que um rapaz da idade dele está fazendo trancado em um quarto, milady. Afinal, eu já tive a idade dele.

— E o quê é?

O homem riu mais abertamente.

— Depois eu lhe conto com mais calma. Mas garanto a você: não é nada de estranho e pode até ser solucionado com a novidade que trouxe.

— Pai? Está de volta? — o rapaz perguntou, ao apontar no alto da escadaria.

— Venha cá, meu filho. Trago novidades.

Crispian desceu as escadas e foi ao encontro do genitor, recepcionando-o com um abraço forte e tapas nas costas.

— Fico feliz que tenha retornado bem — o filho disse.

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