Forever Blowing Bubbles

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- LONDON CALLING TO THE FARAWAY TOWNS, NOW WAR IS DECLARED AND BATTLE COME DOWN.

É cantarolando The Clash que Minho desce do avião a atinge o finger, com os fones de ouvido explodindo a melodia. London Calling é como ouvir New York, New York quando se chega a Manhattan pela primeira vez; obrigatório. Teresa está ao seu lado, de mãos dadas. Quero fazer o mesmo com Thomas, mas ele esquiva sua mão rente ao corpo quando busco por ela no corredor.

Ele está chateado comigo por causa da noite passada.

Não. Eu não dormi com ele. Por que? Porque sou um otário, simples assim. Esse jogo está me matando e quando acho que tudo vai ficar bem e encontrar uma maneira de seguir seu curso normalmente, vem Gally e acerta tudo com um bastão de Hockey, desestruturando minha base e marcando pontos mantendo sua vantagem.

Uma van nos espera no desembarque e o motorista parece o Mr. Bean – nariz grande, cara de tonto e uma leve tendência a fazer piadas sem graça, que só os ingleses entendem. Reviro os olhos mas meu pouco caso acaba quando o London Eye aparece no horizonte, sorrindo inocente pra mim. Uma vontade louca de mandar as merdas de Brenda para o espaço me assola, mas sei que Thomas nunca mais falaria comigo se colocasse em risco tudo que ele deseja.

Pra ser sincero, eu não sei mais o que ele deseja e o porque ficou tão bravo comigo pela negativa da noite passada.

- Qual de vocês torce para o West Ham? – o motorista pergunta e todos franzem a testa.

- Eu. – anuncio. Quer dizer, torcia para o West Ham quando tinha 8 anos e achava que sabia jogar bola, até quebrar meu braço na liga infantil de futebol e configurar o banco dos reservas desde então.

- Então temos um Hooligan nato aqui, não? – ele brinca e eu rio. Ser um Hooligan era tudo que eu mais queria. Hooligans eram fortes. Hooligans eram corajosos. Hooligans eram a essência de tudo que um dia eu queria ser: amigo, companheiro, leal. Eu e essa minha maldita mania de tentar ser parecido com meu pai, alguém que eu pouca coisa sabia. Ele torcia para o West Ham. Disso minha mãe se lembra e permitiu me contar. Talvez por isso que tenho desenvolvido uma obsessão pelo time.

- Pronto. Chegamos. Boa sorte e... tentem sair vivos! – ele aponta para um PUB, lotado de fãs de futebol, com camisetas vinho, cor oficial da equipe. – Levarei a bagagem de vocês diretamente para o hotel Mandarim. – diz e sai em disparada com sua van.

- Não sei se é uma boa ideia... – Teresa parece com medo de enfrentar o que tem ali dentro.

- Será só um PUB para assistir uma partida de futebol, Tess. Hooligans são caçados na Inglaterra como torcedores do Corinthians são no Brasil. A fiscalização é forte. – Thomas garante e tenta acalmar a irmã.

- Qual de vocês é Thomas O'Brien? – o dono do bar pergunta, com uma sacola nas mãos, assim que pisamos dentro do bar.

Tommy levanta o braço e caminha até ele, pegando-a. Dentro dela quatro camisetas do time, com nossos nomes estampados atrás, junto com ingressos para a partida entre West Ham e Millwall, simplesmente o maior rival deles. Dentro da sacola um mimo; brownies de maconha para nos preparar psicologicamente para a guerra.

Love LockWhere stories live. Discover now