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Seus olhos, donos do azul que roubara do dia nublado, tentavam achar interesse nas pequenas letras pretas que contrastavam com o fundo amarelado da página. Já estava sentado por lá faziam boas horas. Três talvez? Isso não importava. Importava era a meia folha escrita de um trabalho incompleto para sua próxima aula de história. Por que raios ele iria precisar saber sobre velhas e falsas lendas gregas? Uma pilha de inutilidade, era que isso que ele achava.
"Os humanos eram originalmente compostos por quatro braços e uma cabeça com dois rostos.
Temendo por um grandioso poder, Zeus os dividiu em dois, duas partes, condenando os humanos a viverem incompletos e em busca de sua outra metade.
O fato de seus rostos, antes, terem sido colocados em posições opostas dificultava a busca, pois nenhum dos dois nunca havia visto um sequer traço de sua alma gêmea"
Como havia pensado, uma pilha de inutilidade.
Fechou o livro e o colocou em sua devida prateleira, pensando que uma nota baixa não iria fazer muita diferença. Seguiu na direção da saída, notando que logo já havia escurecido e a biblioteca já estava por fechar.
Quanto tempo havia ficado ali?
Fechou o casaco no corpo, abraçando a si mesmo numa tentativa de evitar a brisa fria que pairava sobre as ruas quase fantasmas. Odiava essa parte da cidade. Era vazia e fria, sem tirar que teria de passar por um beco que lhe dava arrepios.
Maldita biblioteca, por que fora ser tão longe do centro?
Seus passos eram largos e rápidos, como se estivesse com medo. Sabia, tinha certeza, de que alguém o seguia a quase duas quadras completas. Podia estar ficando louco? Podia. Mas isso deixou de ser uma questão importante assim que chegou no meio do antes então citado beco. A temperatura ali parecia ter caído uns dez graus, e mal conseguia enxergar o próprio chão com a iluminação quase inexistente ali.
Sua respiração descompassada indicava o quase palpável nervosismo presente, e o som quase inaudível de passos não ajudou. Tentou ignorar, mas assim que sentiu a respiração pesada perto de si a única coisa presente em sua mente foi correr. Correr até chegar em casa e se jogar no sofá, e tentar esquecer o curto pesadelo que havia vivido. Bem, pelo menos esse era o plano, aliás, ele ainda estava vivendo-o. E isso seguiu até sentir algo forte em direção à sua cabeça. O baque foi suficiente para o fazer cair quase desacordado no chão.
Sentiu a visão turva.
Mais um.
Sentiu a cabeça arder.
Mais um.
Estava beirando a desistência.
Mais outro.
Entregou-se aos braços da inconsciência, esperando o pior.
Não estava mais acordado quando seu corpo foi, delicadamente, jogado no banco de trás de um carro preto e encaminhado ao outro lado da cidade.
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N/A
Sou muito cara de pau postando mais uma dps de apagar umas duas né? Vabsnsbsj desculpa gente, tava achado tudo meio bosta
Prometo tentar não excluir essa, beijões gatxs sz
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Stockholmssyndromet •
FanfictionA Síndrome de Estocolmo é uma reação auto-protetora da mente de alguém que foi sequestrado, criando um afeto inexplicável pelo seu agressor. Era tudo auto-proteção. Ou pelo menos queria acreditar que fosse. Queria ignorar que estava em total mercê a...
