16- Pobre velho

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Muitas pessoas escolhem um lugar como seu favorito, às vezes pode ser um parque, cinema, ou até mesmo o jardim de sua própria casa, mas o meu lugar favorito era exatamente onde eu estava agora.

Em uma cidade chamada Londres, em uma rua deserta, em uma enorme casa, em um grande quarto, deitada em uma confortável cama, confortada por dois braços fortes de um cara que acha que é um monstro, mas que nem imagina o quanto eu gosto dele.

Os seus olhos fechados davam ao homem um rosto angelical. Os seus cabelos já estavam crescendo, formando cachos em seu topete, eu com certeza preferiria o seu cabelo cacheado, posso imaginar.

O relógio no criado mudo dizia ser duas horas da manhã, e o meu estômago gritava por comida. Eu apenas tinha um certo receio de descer a cozinha sozinha. Talvez eu nunca me acostume de verdade com essa casa, é sempre tão escura, tão vazia e silenciosa que me dá medo.

Os meus vagos pensamentos foram despertados quando Harry se mexeu e acabou me assustando um pouco pelo movimento repentino. Quando o homem largou-me de lado e levantou assustado, pude perceber que tinha acabado de acordar de um sonho não tão bom.

—Hey.- O chamei no meio do silêncio. O cacheado ligou o abajur depois de alguns segundos encarando o nada. —Harry?

Pude ver os seus olhos verdes um pouco mais claros e brilhantes, o que de certa forma, preocupou-me bastante.

—Hey Isadora.

Harry entregou-me um sorriso murcho e rápido que logo se desfez em uma velocidade elevada.

—Você está bem?

Perguntei preocupada com o seu rosto pálido, me aproximei um pouco de seu corpo e estive a sua frente, na mesma posição, no meio das suas pernas que se encontravam abertas. As nossas peles não se tocavam e eu queria muito sentir o seu calor, mas sabia que ele precisava de um espaço temporariamente.

—Foi só um...

O rapaz não terminou a sua frase. Apenas olhou para mim e depois para a janela de seu quarto, ele suspirou, percebi o quanto estava nervoso. O silêncio era enorme e quando o meu estômago roncou, Harry sorriu.

—Não jantou, babe?

Os seus olhos finalmente encontraram os meus e eu lhe entreguei um sorriso. 

—Não.

—E eu posso saber por que?

A minha agonia acabou quando Harry pegou-me em seus braços novamente e levantou seguindo para fora do quarto. Eu dei de ombros, com um sorriso em meu rosto enquanto eu me sentia bem ao sentir a sua pele quente.

—Não estava com fome aquela hora.

—Você precisa comer, Isa.

Harry brigou enquanto descia as escadas comigo no seu colo e eu revirei os olhos.

—Harry eu não sou uma criança.

Harry riu e quando colocou-me sentada no balcão, ele apenas continuou a rir o que fez com que eu revirasse os olhos, fazendo o mesmo parar de rir.

Hurricane || H.S  #wattys2017Dove le storie prendono vita. Scoprilo ora