Instinto paternal

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– Você tem mesmo que ir trabalhar hoje? – A voz rouca de Harry quebrou o silêncio do quarto já dominado pela luz fraca da manhã. Eu concordei em um murmúrio, ainda sem vontade alguma de acordar. – Não vai não. – Ele apertou ainda mais meu corpo junto ao seu e eu sorri. – Nós quase não temos ficado juntos essas semanas. É só trabalho, trabalho e trabalho... – Eu não estava vendo seu rosto, mas podia visualizar o bico se formando em seus lábios.

– É para compensar todos os dias que eu faltei e acho que a Perrie vai me despedir por abandono de trabalho se eu faltar mais um dia.

– A gente fala pro Zayn dar um jeito nela.

– Como se o Zayn fosse capaz de alguma coisa quando se trata de Perrie. Ele nem se atreveria a isso. – Nós dois rimos.

– Seu cheiro está bom. – Ele fungou em meu pescoço. – Diferente, mas muito bom.

– Diferente como? – Eu me soltei dele o suficiente para me virar e encará-lo.

– Eu não sei ainda. – Ele abriu um sorriso antes de me beijar, afundando meu corpo no colchão e se posicionando sobre mim. – Nós podemos, por favor, fazer um teste de gravidez? – Ele sussurrou ainda com os lábios próximos aos meus.

– Harry... – Eu o afastei e me levantei, sentando na beirada da cama e suspirando. – Sabe que eu não quero ter falsas esperanças, ainda dói.

– Não são falsas esperanças, Lou. – Ele se ajoelhou atrás de mim e abraçou meu corpo, descansando a cabeça em meu ombro. – Eu notei ontem que você estava diferente.

– Eu só não quero me frustrar de novo. E ainda frustrar você. Eu sei o quanto você quer isso.

– Nós já conversamos sobre isso, não é? Você também tem que querer.

– Eu quero, Harry. – Enlacei minhas mãos junto às dele. – Eu só não quero passar por aquilo de novo. – Suspirei e afundei meu corpo junto ao dele.

– Você não vai. Foi um acidente, meu amor. – Ele beijou meu pescoço, sobre sua marca e um arrepio involuntário passou por meu corpo.

– Eu só queria ter certeza de que tudo vai dar certo.

– Nós nunca vamos ter certeza sobre as coisas, amor, mas vamos em frente, acreditando e fazendo o máximo para que tudo dê certo.

– Acho que você tem razão. – Eu me virei para poder encará-lo. – Eu não tinha certeza sobre nós, na verdade, eu tinha medo, e você acabou sendo a melhor coisa da minha vida. – Ele abriu um sorriso e nós nos beijamos apaixonadamente. – Mas nós podemos fazer o teste depois? – Abri um sorriso tímido. – É que eu não estou preparado para um resultado ainda, principalmente se ele for negativo.

– O senhor é quem manda. – Ele me deu um beijo na bochecha.

– Ei! – Eu protestei me soltando de seus braços. – Ninguém manda nessa relação. Nós somos uma cooperativa. – Eu disse convencido e ele gargalhou. – Agora levanta que nós temos um longo dia, eu tenho injustiças para combater e o senhor tem um livro para escrever.

– E quem já está sendo mandão de novo? – Ele me encarou e eu revirei os olhos.

– Eu não sou mandão, eu só dou dicas sobre o que as pessoas devem fazer.

– Agora troque a palavra dicas por ordens e tudo fica perfeito.

– Você está me fazendo sentir mal com isso, sabia?

After the dream - l.s (a/b/o)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora