Os benefícios da paternidade

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O verão atingia seu auge nessa tarde de domingo em Londres e o clima, embora deixasse meus pés levemente inchados, contribuía para meu bom humor, o que me fez unir os amigos para um almoço e uma tarde na piscina.

Eu, Perrie e Liam estávamos deitados em espreguiçadeiras, sentindo o sol queimar nossas peles e conversando sobre o escritório. Havia sido uma semana muito estressante e, embora tentássemos fugir do trabalho, era inevitável conversar sobre isso e tentar encontrar juntos uma solução para nossos respectivos casos.

– Liam James Payne. – A voz irritada de Niall soou, chamando nossa atenção. – Eu correndo feito louco para alimentar os seus filhos e você aí deitado no sol? – Perrie e eu começamos a rir. – Eu não mandei ninguém querer colocar filho no mundo não, sabia? – O ômega colocou as mãos na cintura. – Eu não vou cuidar sozinho desses meninos.

– Mas eles estavam dormindo. – Liam se justificou fazendo uma carinha fofa, o que só fez eu e Perrie gargalharmos mais alto. – E Rose está com Zayn na piscina.

Na verdade, Zayn estava dormindo em cima de uma bóia, com Diana deitada sobre seu corpo, mas brincando com alguma coisa na água. E Rose estava nos braços de Elisa, que equilibrava seu corpo para que a garota não afundasse em suas tentativas de nadar.

– É, mas eles acordaram, estão chorando e eu vou chorar junto se você não levantar daí agora e vir me ajudar.

O alfa não protestou mais, ele se levantou e foi em direção ao marido, selando seus lábios rapidamente enquanto corria em direção aos bebês.

– Ah, a paternidade... – Perrie suspirou colocando um pouco de ironia na voz.

– Nem me fale. – Luke, que estava dentro na beirada da piscina apoiado em Ashton concordou sorrindo.

– Eu é que deveria dizer isso, mas Harry me mataria se ouvisse qualquer queixa.

– Por que? Ele anda tão animado que não vê que nem tudo são flores nesses longos nove meses e que depois tudo piora?

– Credo, Pezz! – Eu a encarei e ela gargalhou. – Você está me deprimindo...

– Desculpa, mas a verdade tem que ser dita.

– Eu sei, mas não é por isso. Harry é preocupado demais, às vezes ele até me sufoca. – Peguei o copo de suco que o alfa havia trazido para mim. – Ele agora me liga a cada três horas para me lembrar de comer e sempre me pergunta quantos copos de água eu tomei no dia, porque eu tenho que tomar três litros de água todos os dias, segundo ele. Às vezes eu acordo com mal estar ou minha pressão cai um pouco, ele já quer correr e me levar ao médico. Não é pra tanto, sabe?

– Ele só fica preocupado. – A beta tentou ajudar.

– Sim, eu sei. Mas todo esse cuidado me faz pensar que ele só é assim, tão preocupado, porque eu sofri um aborto, como se ele tivesse medo de acontecer de novo e eu continuar com o peso de ser um ômega que não funciona bem para a única coisa que os ômegas foram criados.

– Ver Louis Tomlinson dizer que a maternidade é a única coisa para que os ômegas servem me dói o coração. – Perrie fez uma careta e Luke concordou.

Liam voltou com um dos gêmeos em seus braços, dando mamadeira ao garoto loirinho. Acho que era James, mas eu ainda confundia um pouco os dois bebês, embora Niall e Liam soubessem exatamente todas as características que os diferenciava. Um desses benefícios da maternidade.

– Eu não disse isso. – Continuei. – Eu não acho que isso é a única coisa para a qual nós servimos, mas é a razão para a qual nós formos criados. Eu não acho que todos os ômegas têm que engravidar. Mas foi para aumentar a capacidade reprodutiva das pessoas que nossos genes foram misturados aos genes dos lobos. E ver Harry imaginar que ele escolheu o ômega quebrado, em meio a tantos, me dói.

After the dream - l.s (a/b/o)Where stories live. Discover now