Obrigado por sonhar comigo

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Fiquei um tempo sozinho no quarto até que os outros pudessem entrar. Minha mãe foi a primeira, vindo me perguntar mil coisas e dizendo o quanto estava feliz e orgulhosa por ser avó pela primeira vez. Sua felicidade era realmente cativante.

– Você a viu? – Eu perguntei e ela sorriu docemente para mim.

– É claro, meu amor. – Ela afagou meus cabelos. – É a bebê mais linda do mundo. – seus olhos marejaram. – Eu sou avó. – Ela disse boba.

– E eu sou pai. Dá para acreditar? – Disse me deixando emocionar também, aproveitando o carinho.

A porta se abriu e uma enfermeira entrou trazendo um berço pequeno, mas ele estava vazio e antes que eu pudesse questionar, Harry apareceu na porta, com os braços ocupados por um bolinho de cobertas que, embora eu não pudesse ver, sabia que mantinha minha filha aquecida.

– Diga oi para o papai, Olivia. – O alfa disse assim que chegou próximo à minha cama e se abaixou para que eu pudesse pegá-la.

Eu a havia visto na sala de cirurgia e já havia chorado por isso, mas ter ela em meus braços era uma emoção totalmente diferente. Eu achei que já me sentia um pai por tê-la crescendo dentro de mim, achei que podia senti-la só por conta de seus chutes e cutucões em minha barriga. Mas eu estava perdidamente enganado.

Todas as emoções valeram a pena e funcionaram no momento, mas nada jamais se compararia com a emoção de ter minha filha, a minha Olivia, nos braços.

Eu não precisava mais imaginar como seria seu rosto, ele estava ali para ser admirado e eu podia fazer isso por longas horas nem cansar. Eu não precisava imaginar como seria poder tocá-la, porque agora eu fazia isso acariciando seu rosto sereno com a ponta dos dedos.

Olivia estava ali. Eu podia tocá-la, admirá-la, beijá-la e amá-la como nunca pensei que fosse possível amar alguém. Agora tudo fazia sentido, todos os sacrifícios que os ômegas faziam por seus bebês, todo o amor e toda a doação. Olivia valia cada segundo de minha atenção e cada batida de meu coração.

– Esse é o nosso legado para o mundo, Harry. – Levantei o rosto para o alfa, que tinha os olhos marejados. – Ela sempre será a melhor coisa que nós fizemos. O melhor de nós dois.

Como se pudesse ter entendido minhas palavras, a garotinha sorriu e uma pequena covinha apareceu em sua bochecha ainda um pouco inchada. Meu coração falhou uma batida.

– Ela tem uma covinha. – Olhei para o alfa que também sorria, mostrando sua covinha.

– Mas tem os seus olhos. – Harry disse.

– Oi, meu amor. – Eu disse me dirigindo a garotinha em meus braços. – Abre os olhinhos pro papai. – Eu acariciei sua bochecha com o indicador, mas diferente da calmaria que eu queria que ela acordasse, ela começou a chorar muito alto. – Oh, meu Deus! Desculpa! Papai não queria te acordar. – Minha mãe e Anne começaram a rir. – As vovós são más, amor. Elas poderiam ajudar, porque já passaram por isso, mas elas preferem ficar rindo. – Eu embalei ela em meus braços, trazendo para mais perto de mim.

– Ela só está com fome. – Minha mãe disse se aproximando.

Ela me ajudou a sentar corretamente e apoiar Olivia de forma confortável nos braços para que pudesse amamentá-la. Acho que nunca tinha pensado em como seria poder alimentar minha filha, mas agora, olhando para ela, parecia a coisa mais natural do mundo todo.

– Onde está o resto da família? – Perguntei para minha mãe e Anne, já que Harry parecia mais concentrado em sorrir para Olivia que mamava em meu colo.

After the dream - l.s (a/b/o)Where stories live. Discover now