Capítulo 5: Respostas

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O dia passou quase que em câmera lenta. As aulas pareciam não ter fim, os minutos eram como horas, e, por algum motivo, eu estava muito ansioso.

E preocupado.

Não sabia o rumo que aquele encontro poderia tomar. Não sabia que tipo de coisas Mary poderia me contar. E comecei a duvidar se realmente estava disposto a adentrar em sua vida, compreender seus problemas, ou até mesmo ajudá-la com o que estivesse acontecendo.

Fazia muito tempo que eu não me sentia assim.

Finalmente, ao entardecer, ao invés de cruzar a ponte e voltar para casa, tomei o sentido contrário de minha rota e chamei um táxi.

Passei o endereço ao motorista, e ele pareceu um pouco confuso ao ler o pequeno pedaço de papel. Até  me perguntou algumas vezes se eu tinha certeza de que "era isso mesmo", mas por fim, partimos.

Depois de cerca de 15 minutos de viagem, desembarquei em um bairro mal-iluminado e com pouquíssimas casas.

Logo entendi a hesitação do taxista.

O bairro em que eu me encontrava era um possível subúrbio do Japão. Haviam becos duvidosos entre uma esquina e outra, e muitos moradores de rua dormindo por ali.

Li novamente o endereço de Mary. Não constava nenhum número residencial, muito menos rua específica. Apenas o título "Sarça de Gaara".

Percorri aquele desconfortável local por algum tempo à procura desse nome, cada vez mais receoso, já que o Sol desaparecia gradativamente, e a noite começava a transparecer, deixando a situação perigosa.

Finalmente, avistei em um dos becos, algo diferente de latões e mendigos como os que eu havia atravessado. Uma cerca.

Nela via-se pendurado uma placa. Algumas letras estavam quase que completamente apagadas, mas eram compreensíveis as palavras "Sarça de Gaara", escritas em vermelho.

Seria este meu destino?

Um pouco mais abaixo, notei um buraco aberto na cerca. Por sorte, consegui atravessá-lo sem muita dificuldade, e adentrei uma espécie de matagal.

Passei por entre árvores e arbustos com um certo cuidado, até porque, áreas isoladas como aquelas poderiam conter armadilhas para "visitantes indesejáveis". Vislumbrei, no entanto, uma grande rocha aberta emanando luz, semelhante a uma caverna.

Parecia minha melhor aposta.

Aproximei-me da misteriosa gruta, e parei para inspecioná-la por dentro.

-Maruko?- Uma voz fina falou por trás de mim, tocando meu ombro.

Meu coração quase parou e eu dei um pulo.

-Ah!- Gritei.-M...Mary...! Ufa, é só você... Que susto!

- Calma, eu não vou morder- Disse, em tom brincalhão, e abrindo um sorriso satisfeito, continuou- Desculpe pela escuridão, esqueci de acender as luzes.

Ao bater palmas, a caverna iluminou-se ainda mais, revelando um corredor extenso e tochas nas paredes.

Como ela fez isso?

-É...-Gaguejei, um tanto surpreso- É aqui que você mora?

-Não exatamente.- Olhou para dentro de sua suposta casa, e abriu um sorrisinho.-Vem comigo.

Hantai no SekaiWhere stories live. Discover now