Capítulo 7- Início

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Acordei com o celular vibrando alto. Era sábado, não estava nem um pouco a fim de acordar.

- Alô...- Atendi, ainda um pouco desnorteado.

- Bom dia!- A voz de Ayato saiu tão alta que quase precisei afastar o telefone do rosto- Acorda Maruko, temos planos pra hoje!

- Temos?- Perguntei, sem a mínima intenção de ir muito afundo naquela conversa.

- Temos! Tá rolando campeonato cara! Vem me ajudar a ficar no ranking!

Me levantei e passei a mão pelo cabelo.
Já havia marcado com Mary no dia anterior. Começaríamos a treinar.

- Putz, cara... Bom... Eu ainda não tô bem daquela gripe, sabe?

Houve-se um longo silêncio na chamada em seguida. Consegui ouvir um breve suspiro antes de Ayato desligar na minha cara.

Até pensei em ligar de volta, mas não era boa ideia. Novamente, não podia dizer nada à ele. Não só porque havia prometido, mas também porque, agora, poderia colocá-lo em perigo. Pensando assim, ao menos não me sentiria tão culpado.

Me vesti e desci as escadas, levando comigo apenas uma mochila. Meus pais ainda não tinham acordado, então decidi pegar alguns suprimentos para comer no caminho. Vasculhei os armários e apanhei as primeiras barrinhas de cerais que vi. Não me dei ao trabalho de preparar um bentou, mas fiz o melhor que podia com duas fatias de pão e geléia, e parti.

Não queria ter que pagar outro táxi, mas não tive muita escolha. Não haviam ônibus que chegassem a tempo do horário marcado, e o metrô era longe demais. O problema do transporte resolveria depois.

Cheguei à caverna ainda com 10 minutos de antecedência, e decidi explorar um pouco o local. Até então, não havia reparado que por fora da gruta uma enorme placa de ferro se destacava. Aparentemente aquele "estabelecimento" estava restrito a visitantes. Não que isso importasse, já que nunca havia presenciado uma sequer alma viva rondando a floresta para verificar tais instruções.

Fiquei imaginando como Mary descobrira aquilo tudo. Segundo sua versão da história, fora ali que ela desembarcara ao chegar em nosso mundo. Mas como a sorte lhe ajudara a encontrar justamente aquele universo em que ela não morreria tão facilmente?

Eram aqueles tipos de perguntas que vinham me torturando há dias.

- Maruko?- Uma voz doce me chamou. - Você está aí?

Seus cabelos ruivos brilharam contra o Sol ao prostrar-se diante à entrada da rocha, presos por um pequeno grampo, deixando parte de suas orelhas aparentes e alguns fios de cabelo caindo sobre os olhos.

Sim, ela havia chegado.

- Oi! Estou aqui!- Acenei pelo lado de fora. Mary abriu um sorriso ao me ver, e andou em minha direção.

- Bom dia! Por que está aqui?-Perguntou, e deu um leve deslize para frente, desequilibrando-se. Estava prestes a correr para socorrê-la, mas ela soube se conter sozinha.

- Tudo bem?- Gritei para que pudesse ouvir minhas palavras à distância.- Precisa de ajuda?

- Não, mas venha até aqui primeiro, facilitaria minha vida!-Disse, rindo.

Hantai no SekaiWhere stories live. Discover now