prostitute; jikook

foi um erro

"Eu não tenho forças para sair. Você só ainda joga o seu peso sobre mim. E eu continuarei caindo".

Doze horas e vinte e dois minutos da noite. Mesmo que todas as luzes da casa estivessem apagadas, deixando-o na completa escuridão Embora familiar para ele, era meio assustador
estar no meio da pequena sala escurecida, bagunçada e com cheiro de café; sentado no sofá meio empoeirado, segurando uma xícara branca com café, usando um moletom de tecido grosso e longo, fazendo-o se assemelhar à um ursinho assustado em meio àquele cubículo escuro que havia se tornado sua sala. Mas teve que desligar às luzes para Yoongi dormir, já que seu amigo dorme apenas com todas as lâmpadas apagadas.

Jungkook lembra-se de quando moravam no orfanato e dormia junto do garoto. Embora tivesse aparência de mais velho e corajoso, era sempre Jungkook que ficava com os bracinhos agarrados fortemente a cintura de Yoongi quando a mulher apagava às luzes do dormitório.

"Eu acho que vi algo ali, hyung"!!!
Jungkook murmurava, com uma entonação de voz chorosa. Apontava o dedo indicador para algum lugar do quarto, como se pudessem distinguir qualquer coisa em meio aquela escuridão.

"Não importa". Dizia Yoongi, passando seus braços pelos ombros do moreno assustado. "Eu estou aqui por você". Finalizava, enquanto acariciava os fios macios do cabelo do amigo.

Então ele dormia. Mesmo que para ter pesadelos com as memórias estralhaçadoras de sua mãe.

A questão é que Jungkook não conseguia dormir. Talvez ainda fosse o efeito prolongado das substâncias que inalara antes de Yoongi o tirar daquele beco. Talvez fosse apenas a inquietação do seu consciente. Talvez fosse a sensação ruim que predominava no seu peito; como se algo de ruim estivesse a acontecer, ou aconteceria. Talvez fosse Jimin que sem perceber estava em seus pensamentos.

Jungkook pensava que deveria ter pensado melhor antes de aceitar o tal serviço.

Quando aquele garotinho alvo e de cabelos ruivos o pedira para ir até aquela cafeteria, não imaginaria que criaria algum tipo de afeição por ele. Bobamente errara nisto. Porque criou.

Não que ele tivesse esperanças com o ruivo, porque não tinha. Sabia que o garoto era bom demais para ele. Que não teria aquele sorriso gracioso sendo direcionado para si. Que aqueles olhos pequenos não fechariam-se para si. Que não teria nada de Jimin, afinal. Nem mesmo um mero sentimento de afeição, como ele o tinha.

Mas era impossível não deixar-se embebedar por alguns segundos pela beleza e tranquilidade que o outro torna evidente à todos a sua volta? Principalmente à Jungkook, que era nessecitado destas características.

Não podia ama-lo, de qualquer forma. E não que tivesse a sentir o sentimento que definem ser amor, mas... Um sentimento de querer protegê-lo e mostra-lo o quanto é incrível e bonito predominava em si. De querer trata-lo da maneira certa, como um garoto especial que ele é. Que merece alguém especial.

Não podia.

Remecheu-se no sofá quando sentiu uma vibração em baixo de si. Pegou o aparelho e desblouiou-o, surpreendendo-se por ter uma mensagem. Abrio-a:

Cafeteria. 12:40. Por favor.

Jimin.

Arregalou os olhos. Enquanto lia a mensagem, levando a xícara com café até a boca tomando um gole do líquido quente. Quando leu o nome de Jimin escrito naquela tela de vidro, sentiu sua lingua queimar devido ao café com alta temperatura. Resmungou, descruzando as pernas e levantando-se.

Sentiu algo palpitar em seu interior. Não sabia o que era aquilo vibrando perto da região do seu coração, já que nunca sentira-o antes. Definiu então como agitação da meia noite. Não precisa de um motivo real, afinal.