quatro dias antes

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Estava chovendo. Fora anunciado na televisão que teriamos a semana com um forte temporal.

Yoongi estava sentado no sofá com as pernas cruzadas e as mãos segurando fortemente uma xícara vazia. Esperava ansioso pelo café que eu estava fazendo.

- Está pronto. - anunciei, baixinho, sentindo meus lábios congelados tremerem fraquinho em resposta imediata ao frio.

- Acho que congelei!!! - Yoongi brincou, mantendo-se imóvel.

Caminhei calmamente até chegar a sua frente, e pus a cafeteira preta que tinhamos em cima da mesinha de vidro da sala. Servir-me de um pouco do café.

- Não estou brincando. Congelei. - tornou a falar, ainda com as mãos pregadas a xícara, sem mexer um dedinho. - Acho que você terá que colocar meu café. - supôs, e entendi seu congelamento precoce.

Sorri descontraído, revirando os olhos. Não hesitei em fazê-lo.

Gostava de cuidar de Yoongi.

- Não sei o que seria de mim sem você. - declarou, manhoso, encolhendo-se no sofá após colocar seu café.

Ali, sentado, sentindo minha pele gelar, observando Yoongi assemelhar-se a um bebê coala, pensei que jamais poderia viver sem ele. Se eu o perdesse, meu mundo nunca mais seria o mesmo. Eu nunca mais seria o mesmo.

- Nem eu. - falei sério, sentindo meu peito encolher-se dentro de mim. Estava com medo.

De repente, fui tomado por uma ansia conplexa e intensa. Olhando para Yoongi, perguntei-me se ele me deixaria sozinho novamente.

- Yoongi. - sussurrei.

Olhou-me no mesmo instante, com um pingo de surpresa pairando pelos seus olhos marrom escuro.

- Hum? - ajeitou-se no sofá, ficando em minha direção, colocando as pernas em posição de indio.

Desviei meu olhar de sua face. Apreciei em silêncio por alguns segundos, a visão agradavel através da janela. Os pingos de chuva caindo com uma velocidade íncrivel, colidindo com o concreto e desfazendo-se no chão.

- Você... - iniciei, sentindo-me como um pingo de chuva. Caindo no concreto. - Você não me deixaria, não é?

Mesmo que não estivesse com meus olhos em Yoongi, senti que o garoto trancara a própria respiração acelerada ao ouvir-me. Senti que tranquei-me também.

- Por que está me perguntando isso agora? - inquiriu, com um tom de voz trêmulo, falho.

Deixei que meus olhos rolassem tranquilamente pelo tempo, como um pingo de chuva que caminhava pela janela. Escorregava devagar, calmamente pelo vidro fino que ali estava.

- Só estou com medo. - retruquei-lhe, com sinceridade.

- Você sabe que não. - disse, simplesmente.

A gotinha que outrora deslizava na janela, desfez-se.

O loiro levantou-se, colocando-se em minha frente. Se ajoelhou.

- Jungkook. - chamou-me, ajoelhando-se.

Olhei-o novamente. Suspirei.

prostitute; jikookWhere stories live. Discover now