A Falta De Você...Christian!

415 23 3
                                    



A música pop toca nas grandes caixas de sons. O salão de festa do condomínio estava lotado de pessoas que dançavam e conversavam pelos cantos. Any entra acompanhada do namorado. Os dois procuram por Mai. Any passa por entre as pessoas que dançavam, olhando ao redor. Poncho sussurra no ouvido dela:

- Acho difícil encontrar ela no meio dessa gente toda.

- Ali! – Ela dá um grito e o puxa pelas mãos para o canto direito do salão.

Maite estava ali conversando com um loiro, alto de camisa preta e um sorriso encantador. Os dois pareciam bem entrosados.

- Any! – Mai abraça a amiga. – Esse é o Willian Levy.

- Prazer! – O loiro estende a mão e aperta a da garota. Depois cumprimenta Poncho.

Os quatro conversam entre si. Poncho e Levy se dão bem e conversam sobre coisas de homens. Já estavam à meia hora naquela festa. Any estava tomando um coquetel de frutas vermelhas com álcool, Maite acompanhava os meninos na cerveja.

-Mai, vou no banheiro. Você sabe onde fica?

- Ali atrás. – Aponta. – Quer que eu vá com você?

- Não precisa. Eu volto logo. – Ela se levanta.

Poncho segura no braço dela. Ela se vira.

- Vai aonde?

- Vou ao banheiro. – Faz careta.

Ele se levanta.

- Vou deixar o casalzinho conversando a sois – pisca para Maite.

Ele caminha puxando-a. Any vai atrás. Passam pelas pessoas que dançavam até chegar na porta dos banheiros.

- Vou te esperar aqui. – Encosta na parede em frente ao banheiro.

- Volto logo. – Dá um selinho e entra no banheiro.

Poncho tira um cigarro do bolso trazeiro, acende com o isqueiro e começa a fumar, relaxado. Um casal passa por ele, se agarrando. Como as coisas mudaram... Se fosse a um tempo atrás Maite estaria com Christian em algum lugar por ai e não com esse outro cara. Era claro que torcia para que ela encontrasse alguém legal, que valorizasse a mulher incrível que ela era, mas sentia falta do amigo, se acostumou a vê-lo com Maite. Quantas vezes escutou o amigo falar de como amava a garota, do quanto sentia falta quando ela não estava presente, quantas vezes tirou onda com o amigo por ele ficar falando da namorada o tempo todo, o quanto Christian sonhou em construir uma família com Maite... Ele solta a fumaça pela boca. Sentiu pena do amigo. Ele não estava mais vivo, não poderia realizar os sonhos, os planos com Maite, e agora ela seria de outro, construiria uma vida ao lado do outro, teria filhos e cachorros ou gatos ou quem sabe os dois, morariam numa casa de dois andares, com uma cerca branca protegendo o quintal... Poncho pode vê claramente o futuro da amiga.

Any sai do banheiro e para de frente para o namorado. Ele parece estar no mundo da lua. O olhar vago, cigarro na boca...

- Poncho? Ta tudo bem?

E de repende ele desperta. Olha para ela, tira o cigarro da boca.

- Estava lembrando do Chris.

- Eu também sinto falta dele.

- Ele ia odiar esse Levy. – Any sorri. – Diria que ele é um mauricinho, filhinho de papai e tiraria Maite de perto do cara.

- Eu sei. Mas ele não está mais aqui. E ela precisa de alguém.

Poncho sente os olhos lacrimejarem. Any da um passo para frente e o envolve em seus braços, ele encosta a cabeça no ombro dela. Fecha os olhos e as lágrimas caem. Any acaricia as costas dele, passa a mão com carinho.

- Ele amava a Mai e acho que ia gostar que ela encontrasse alguém que também possa amá-la. – Segura o rosto dele entre as mãos. – Ele vai ser sempre seu amigo, mas ela precisa seguir com a vida dela.

- Eu sei. – Ele enxuga as lágrimas. – Estou parecendo um menino bobão.

- Não. – Ela sorri e o puxa, abraçando-o.

- Você se incomoda se formos embora?

-Não. – Pega na mão dele. – Vamos nos despedir da Mai e do Levy.

Os dois se despedem do casal. Maite fica um pouco triste por eles terem que ir, mais entende. Estava gostando da companhia do garoto então não fez questão de ir com eles.

...........................................

Estavam na moto. A rua com pouco movimento devido ao horário.

- A gente nem dançou... Queria tanto dançar!

Poncho sorri, para a moto no meio da rua.

- Vem, vamos dançar agora então! – Sai da moto

- Agora? Mas não tem música! – Sai da moto.

- Não importa! Eu canto! - Segura a cintura dela. – Para qué me curaste cuando estaba herío, si hoy me dejas de nuevo el corarón partío?

Any ri – A música não começa aí!

- Eu sei! Mas finge!

Poncho continua, agora conduzindo Any – Quién me va entregar sus emociones? Quién me va a pedir que nunca Le abandone? Quién me tapará esta noche si hace frio? Quién me va a curar el corazón partío? Quién llenará de primaveras este enero...

Any continua – Y bajará la luna para que juguemos? Dime, si tu te vas, dime cariño mio, quién me va a curar el corazón partío?

Poncho gira Anahí como se parte instrumental tivesse tocando e em seguida volta a colá-la nele. Eles se fitam novamente, com as faces próximas e sorriem. Any inclina o rosto e Poncho aperta as costas dela, subindo a mão pela mesma. Em segundos tudo isso acontece e Poncho finalmente consegue atingir o objetivo: num ato decidido, faz com que seus lábios toquem os de Any e assim iniciam um beijo longo, no céu as estrelas iluminam o casal. Ao invés dos corpos terem movimentos sincronizados como na dança, os movimentos de língua, controlando as várias intensidades do beijo, eram que pareciam ensaiados. E os mesmos não cessariam até que estivessem satisfeitos.

Apenas quando tanto Anahí como Poncho parecem perder todo o ar, o beijo chegam ao fim. Mesmo assim eles ainda permanecem com os lábios colados em um selinho por alguns segundos. Ao separarem de vez os lábios, apoiam as testas uma na outra e respiram, de olhos fechados. Any é a primeira a recuperar o fôlego, abre os olhos e observa Poncho.

Any canta baixinho – Tiritas pa este corazón partío. Tiritas pa este corazón partío...

Poncho automaticamente sorri, ainda de olhos fechados. Any continua a olhá-lo sorrindo. Ele abre os olhos e eles se encaram. Um selinho bem demorado acontece.


Te EsperareiOnde histórias criam vida. Descubra agora