Kayla Moon
Eu poderia usar milhares de adjetivos bons e ruins para definir o dia de ontem. Coisas ruins aconteceram, ou estavam prestes a acontecer, mas logo depois vieram as boas. Só de pensar que aquela mulher iria tirar a vida de um ser tão doce, misterioso e gentil, fico feliz por ela ter morrido. Nunca imaginei que um dia diria isso. Estou meia que jogada pra escanteio, meu "monitor" que devia me acompanhar não se preocupa mais comigo e eu deveria me sentir livre por isso, se ele não fosse o J-Hope. Acordar e perceber que ninguém preparou o seu café da manhã é um saco. Pelo menos eu tenho o colégio pra me distrair.
O que dizer deste lugar? É um tanto quanto recheado. Há tantas salas aqui dentro, inclusive um ginásio que eu nunca me dei a luxúria de entrar, não me importo com a nota de educação física mesmo. Jimin estava ao meu lado, renovado. Retocou a tinta dos cabelos de novo e dessa vez suas roupas estavam mais decentes, além do seu sorriso estampado no rosto.
— Sung Hoon foi demitido — diz ao jogar seu braço ao redor de meu pescoço.
— Que bom — sorrio.
— Agora eu posso me divertir bastante.
— Isso é bom.
— Posso até socializar, olha só — afastou-se.
O garoto andou em direção a um grupinho de meninas e meninos, que estavam aglomerados frente aos armários escolares. Vira e mexe trocavam sorrisos e gargalhadas, e eu aqui feito uma idiota parada ao observar. Nego com a cabeça e caminho até a sala, não sabia que um passarinho voava tão rápido depois de ser solto da gaiola desse jeito.
Peguei meus cadernos e os depositei na carteira escolar. Boatos diziam que hoje um professor novo iria se apresentar. Começo a rabiscar uma página e um pigarreio de voz é ouvido.
— Bom dia, alunos.
Era uma voz familiar, mas conhecer um professor não é algo tão interessante.
— Eu sou o novo professor de Matemática de vocês — tossiu — Senhorita Kayla, poderia nos mostrar o que faz de tão importante nessa folha de papel?
Como ele já sabia meu nome? Levanto o olhar. Bem que parecia familiar, era Kentin.
— Na-nada, professor. Pode continuar — dou de ombros.
— Meu nome é Kentin Clifford. Não sou daqui e sei que pareço novo, mas tenho formação na matéria sim, antes que questionem isso — fez cara de tédio.
Duas batidas de porta ecoam pela sala e ela logo é aberta, revelando um Jimin suado.
— Oi, posso entrar? — aponta para a cadeira ao meu lado.
Kentin assente e ele se senta.
— Sempre tem que existir aqueles que não são pontuais, né? Não tem pra onde correr — brinca — Enfim, já que estou devidamente apresentado, quero que conheçam o novo colega de turma de vocês, Kim Taehyung.
O garoto que estava sentado na primeira fileira se levanta. Não havia notado a presença dele ali. Ele se vira e revela o barman exterior.
— Taehyung! — exclamo alto e aceno.
Ele me nota e sorri.
— Vocês se conhecem? — Jimin questiona.
— Sim. É o seu irmão.
— Taehyung, o Taehyung? — o encaro e assinto — Taehyung filho da Jun Hee? Digo, da finada Jun Hee?
— Taehyung irmão da Lori, que é sua irmã — reviro os olhos — Senta aqui! — aponto para a carteira de trás.
— Não acredito que você fez isso — o ruivo resmunga.
[•••]
Era recreio e estávamos sentados em uma das mesas do refeitório. Sim, Jimin estava fora da sala, aqui comigo.
— Por que chegou tão suado? — pergunto, dando uma mordida no meu sanduíche.
— Por que sumiu e não me esperou? — retruca.
— Não responda uma pergunta com outra pergunta — o repreendo.
Não sei por qual motivo, mas ele sorri.
— Depois de ter dado a primeira socializada e ter visto o quão chato o povo dessa escola é, sendo que eu gostava, vi que não perdi nada durante esse tempo. Resumindo, fui ao ginásio jogar basquete sozinho — sugou o suco pelo canudo.
— Não sabia que você jogava.
— Tem muitas coisas que você ainda não sabe sobre mim — pisca um olho e me arranca risadas.
O assento afunda mais um pouco. Taehyung havia se juntado a nós. Sinto Jimin engolir em seco.
— Olá, novos amigos.
— Oi, Tae. Quer? — estendo meu sanduíche e ele dá uma mordida.
— Você não vai nos apresentar? — sussurra em meu ouvido.
— Ah. Taehyung, esse é o afilhado da sua mãe, Park Jimin.
E o garoto engasga. Bato em suas costas. Leva apenas trinta segundos para se recuperar.
— Filho de Park Linnus? — pergunta, com os olhos arregalados.
— Sou, algum problema? — diz rude.
— Ei — estapeio seu braço.
— É um prazer te conhecer, afinal, somos irmãos — sorri.
— Sua mãe morreu, isso significa que não somos mais irmãos — Jimin murmura, evitando contato visual.
— Eu soube... — o loiro abaixa a cabeça.
— Sinto muito — digo.
— Tá tudo bem, eu sofreria mais se ela ao menos se importasse comigo enquanto era viva.
— Por que está aqui? — pergunto.
— Porque estou livre das ameaças abusivas de Lori agora — joga as palavras e se curva para morder meu sanduíche mais uma vez.
Meu cenho se franze e Jimin me encara. Do que diabos ele estava falando?
— Eu te explico depois, neném — beija minha bochecha e sai do refeitório.
— Ele é meloso demais, não é?
— Eu achei fofo e carinhoso. Daríamos um trio e tanto, não acha? — arqueio uma sobrancelha.
— Se você diz... — pendura a mochila no ombro e também abandona o recinto.
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The Mission • BTS
ФанфикшнFilha de um dos piores bandidos da região, Kayla Moon vive a sua vida monótona e sem cor ao lado de seu monitor Hoseok. Até o dia em que Jimin, um ruivo tingido e misterioso, adentra em sua vida e a colore por completo. Dois amores proibidos e um s...
