•55• Date Me

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Kayla Moon

Cheguei em casa, joguei a mochila em um canto qualquer, larguei os sapatos no tapete branco felpudo e me joguei no mesmo. Era tão fofo e macio que eu poderia dar uma de ser autótrofo e ficar ali até o fim do semestre, sem preocupações. Virei de barriga pra cima, entrelacei minhas mãos e observei o lustre, pensando no rumo que a minha vida estava tomando. Volto a piscar quando meu celular vibra, estampando o rosto de um ser adorável na tela.

Oi — ele disse.

Hey, Jimin — sorri ao ouvir sua voz.

Então... — ficou em silêncio.

O que aconteceu? Você está melhor? — adiantei-me na paranóia.

Sim... ou quase isso.

Bem, "quase isso" é melhor que nada — dei de ombros pro vento.

Eu tô precisando de um remédio e não tenho condições de sair para comprá-lo.

Oh... eu posso comprar pra você. Qual é o nome?

Corri até a minha mochila e joguei tudo no chão, a procura de um pedaço de papél e uma caneta.

Kayla Moon. É esse o nome.

Joguei os materiais no chão e tampei meu rosto, com vergonha, sendo que ninguém estava a me observar. O sorriso foi inevitável.

Kayla? Para de sorrir igual uma boba e vem aqui em casa.

Toquei no botão vermelho e desci as escadas do prédio correndo.

J-Hope

Esperei a hora da saída do turno da tarde para voltar à escola com Jungkook. Estava escurecendo, então não seria alarmante buscar os corpos e sair pelos fundos.

Essa parece ter sido a última pessoa — apontou para encaracolada que tinha acabado de atravessar o portão principal.

Então vem.

Passamos pelo corredor despreocupados. As luzes estavam se apagando aos poucos, os funcionários indo embora e o barulho do estômago do mais novo grunhindo por um pedaço de pão inexistente aqui. Parei frente à porta do porão, olhei para os lados e girei a maçaneta, ligando o interruptor em seguida. Eles estavam ali, na mesma posição de anteriormente. Fiz sinal para que Jungkook pegasse o rapaz pelas pernas que eu cuidaria do braços, e assim ele fez. Levamos o corpo até os fundos do colégio, onde tinha um carrinho de mão a sua espera. Carregados no silêncio, voltamos a entrar pela minúscula porta que tinha dentro do porão, com acesso direto a esse quintal. Mas ao levantar o olhar, a visão de algo nos surpreendeu. Uma garota tentava girar a maçaneta sem fazer barulho.

Ei, você! — chamei-a atenção.

Suas pernas bambearam e ela se virou aos poucos, exibindo seu rosto comprido e assustado. Delicado como o de alguém que eu já conhecia.

Kim Jasper? — soltei um riso abafado e neguei com a cabeça para o chão.

E-Eu já esta-tava de saída... — ameaçou tocar a maçaneta novamente.

Não ouse, mocinha — Jungkook a interrompeu — Compartilhe conosco o que você acabou de ver aqui.

Nada.

Meu amigo riu.

Não vá pensando que a gente cai nessa não, okay? — arqueou uma sobrancelha — Essa de prometer que não vai abrir a boca pra ninguém é furada. Acredite, experiência própria.

The Mission • BTSWhere stories live. Discover now