Capítulo 58

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Cheguei a casa coloquei a Grace na cadeira de baloiço e sentei-me no sofá. A minha cabeça está a mil. Só consigo pensar na Abigail e nos meus tios, na dor que eles devem estar a sentir. Uma dor que eu causei, estou tão absorvida nos meus pensamentos que nem foi pela entrada do Carlos.

- Tudo bem?
- Que susto.
- Desculpa. Estavas a pensar em quê? Deixa-me adivinhar, Abigail.
- Vim agora do hospital. A médica disse que... que as chances dela não passar desta noite são elevadas.
- Sinto muito. 
- Dá-me só um abraço. Ele abraçou-me, senti-me tão bem era como se mais nada ao redor importasse realmente. O abraço é interrompido pelo choro da Grace.
- Grace.
- A minha filhota anda a ficar muito manhosa. Digo enquanto a tiro da cadeira. 
- Deve ter fome.
- Então vamos papar.
- Ficar linda a amamentar.
- Então quer dizer que eu sou feia quando não estou a amamentar. 
- Não foi isso que eu quis dizer. Veio o Carlos corar era engraçado deixá-lo atrapalhado. 
- Estava a brincar. 
- Parva...

A noite cai, mas está agradavelmente quente. Por isso eu e o Carlos decidimos ir passear com a Grace. Ela adora o carrinho e todos os brinquedos que tem nele, apesar de ainda ser muito pequenina.

- Queres ir até ao jardim? - Sim, mas antes podíamos passar em casa dos teus pais para eles virem connosco

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- Queres ir até ao jardim?
- Sim, mas antes podíamos passar em casa dos teus pais para eles virem connosco.
- Ótima ideia. Chegamos rápido a casa do Carlos afinal não ficava longe da nossa.
- Olá mãe, olá pai. Eu, a Frederica e a Grace vamos dar um passeio no Jardim principal, querem vir?
- Eu vou estou a morrer de saudade da minha princesa.
- Desculpa filho, mas eu ainda tenho e ir ao escritório, mas se conseguir vou ter com vocês. 
- Tudo bem pai.
- Então vamos. Saímos de casa da D.Grace e fomos até a um café perto do jardim, eu queria muito comer gelado.
- Mãe!
- Sim filho.
- Quando é que me vais levar à empresa da família? Eu tenho 17 anos e nunca lá fui.
- Filho, mas tu não queres seguir nada que envolva os negócios da família, não tem interesse nenhum ires lá. 
- Mas eu gostava.
- Tudo bem... acho que está na altura de saberes toda a verdade.
- Que verdade?
- É o seguinte, não há empresa nenhuma de família.
- Como?
- Carlos nunca ouve.
- Então em que trabalhas?
- Eu nunca te disse para te proteger. Eu e o teu pai concordamos em só te dizer quando estivesses formado.
- Mãe...
- Carlos ouve a tua mãe. 
- Filho isto não era propriamente algo que se pudesse dizer a uma criança. 
- Pára de enrolar. Se não trabalhar na empresa de família que não existe onde trabalhas? 

 Se não trabalhar na empresa de família que não existe onde trabalhas? 

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- O que é que está a acontecer mãe?
- Eu trabalho à 20 anos para o FBI.
- Como?
- Eu nunca pude dizer-tr porque na maioria das vezes eu estava sob disfarce.
- Esperem, isto é surreal. A minha mãe mentiu-me durante 17 anos. Quando é que estavas a pensar contar-me? No dia em que eu me cruza-se contigo nos corredores da agência? Quantas mais mentiras e segredos é que esta família perfeita ainda esconde?
- Filho tens de compreender, apesar de o FBI ser muito conhecido ele esconde mais segredos do que se possa imaginar. Nós travamos batalhas maiores que não estão há vista das pessoas.
- Eu tenho de sair daqui. Pensar, eu tenho de pensar. Vejo o Carlos ir embora a cabeça dele está tão confusa como a minha, como é que é possível não conhecermos alguém que está connosco diariamente. 
- Carlos onde é que vais? A mãe dele está mal ela sabe que lá no fundo fez o que era certo, afinal ser do FBI não é tão simples como nos filmes.
- Deixe-o ir D.Grace. Ele precisa do espaço dele. Enquanto isso vamos até ao jardim.
- Porque é que ele reagiu assim? Afinal ele também quer ser agente. 
- Acho que ele agiu assim porque se sentiu enganado. 
- Talvez seja isso. Eu só queria proteger a minha família.
- Posso fazer-lhe uma pergunta?
- Claro.
- Porque é que no seu crachá tem Grace Jones?
- Porque o meu nome todo é Grace Catherine Williams Jones e para proteger o Carlos eu coloquei como apelido dele Williams.
- Ok, mas dê-lhe tempo ela vai cair em si e voltar ao normal.
- Eu espero que sim.

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