Capítulo 4

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  Arrumo a minha roupa e quando me olho no espelho, percebo que vou ter que retocar a minha maquiagem novamente. Meu rosto está lambrecado de batom vermelho. Resultado do beijo de alguns minutos atrás.

  Merda. Por que ele tinha que me beijar e me deixar tão excitada pra — puta que pariu — sair sem mais nem menos e não fazer nada comigo? Ok que ele pode não estar afim de fazer sexo justamente agora... e aqui, mas ele podia muito bem ter, pelo menos, me masturbado. E nem ia precisar se esforçar muito, pois acho que do jeito que estou com tesão, quando ele enfiasse os dedos em mim eu já gozaria.

  Retoco a minha maquiagem e tento pentear o meu cabelo com as mãos antes de sair do banheiro. Vou andando em direção as pessoas, que estão com sorrisos enormes no rosto, dançando e bebendo. Meus lábios ainda estão quentes e ainda estou com uma sensação ao longe como se seu pau ainda estivesse na minha boca. Uma sensação igual quando você é criança e fica minutos pulando em uma cama elástica e quando sai parece que ainda está pulando. É assim que estou me sentindo.

  — Mariiiiiiiiii, feliz Ano Novo! — Nat me abraça assim que chego ao lado de fora. — Te procurei meia noite, mas não te achei. — diz.

  — Estava retocando a maquiagem. — falo. — E a propósito, feliz Ano Novo pra você também. Que esse ano a gente ganhe um aumento — merda. Não acredito que falei em aumento justamente agora. Na situação em que me meti nem sei se ainda tenho emprego —, que você termine a sua faculdade e seja uma formanda linda, o que você vai ser com certeza, e que você arrume o seu príncipe encantado finalmente. — dou uma olhadinha discreta ao redor e vejo Matheus. — E olha que ele nem está longe. Dá pra ver o cavalo branco daqui. — brinco.

  Ela ri e me solta. — Obrigada. E que esse ano você arrume um namorado e pare com essa coisa de sair com um monte de cara. — fala fazendo careta —E que nós,  independente de tudo, sejamos muito felizes. — diz sorrindo.

  A Nat as vezes me irrita um pouco por ser tão certinha, mas em momentos como esse tenho vontade de colocá-la em um vidrinho e guardar para mim. Nós nos conhecemos no Ensino Médio e desde então não nos separamos mais. Ela é a irmã que eu nunca tive, já que meus pais não transaram direito e fizeram meu irmão ao invés de uma irmã legal. Ele é três anos mais velho que eu e adora me tirar do sério, além de zoar da minha cara o tempo todo por causa de uma coisa que aconteceu há anos atrás. Ainda bem que ele se mudou e está morando — beeem — longe. Ele só vem no Natal e esse ano, ou melhor, ano passado, ele não pôde vir. Uma pena! O Natal foi tão bom sem ter aquele insuportável me enchendo o saco.

  — Prefiro deixar o namorado pra você. — digo — Ah, e tenho certeza que nós vamos ser muito felizes esse ano. — E vou ser mais ainda se o meu chefe passasse a ser apenas o meu chefe, de preferência gordo e feio, não um cara extremamente sexy que eu acabei de pagar um boquete no banheiro.

  — Por que você não ficou com a gente lá na mesa? O assunto estava bom. — diz.

  — Não quis atrapalhar o romance. — digo, sabendo que ela vai negar.

  — Não tem romance nenhum. — não disse? — Só estávamos todos conversando.

  Seguro seu braço e a puxo para o canto. — Nat, presta atenção. O Matheus está super afim de você. Eu não estava com você, mas percebi que ele te olhava, prestava atenção quando você falava e com toda certeza estava louco pra te beijar. Só não fez isso porque ele te conhece e sabe que você, se bobear, daria um tapa na cara dele.

  Ela deu uma olhada discreta na direção dele e voltou a me olhar, mas não falou nada.

  — Aproveita que ele tá afim de você e que é um cara legal. — falo — E beijar não arranca pedaço! — completo. E se arrancasse eu teria aproveitado pra conseguir um pedaço daqueles lábios macios e quentes para mim. Os do Alexandre, não do Matheus.

Meu chefe dominador (Degustação)Tempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang