Depois da "frase que não queria ter dito", Alexandre está superestranho, sentado quieto e vez ou outra respondendo algo que mamãe pergunta.
— Lena, acho que você deveria ir para casa descansar. — papai fala com minha mãe. — Já anoiteceu e você está aqui desde a madrugada.
— Você também está. — retruca.
— Mãe... — começo a dizer, entrando na conversa. — Também acho que você e o papai deveriam ir descansar um pouco. O Felipe está bem, vai passar a noite toda dormindo. E eu posso passar a noite aqui e te ligar caso algo aconteça.
Ela me olha séria. — E por que você acha que pode passar a noite aqui e eu não?
— Porque eu passei a noite toda dormindo e você passou aqui no hospital e deve estar cansada. — falo, mesmo sabendo que não passei, digamos, a noite toda dormindo.
Alexandre, que estava fazendo parecer que estava em outro planeta, coloca a mão de modo carinhoso no ombro da minha mãe. — A senhora pode ir descansar, dona Helena. Eu prometo ficar aqui no hospital com a Mariana e informa-la caso haja alguma novidade.
Ah, que legal! E quem o convidou para passar a noite aqui comigo?
— Vamos lá, Helena... — papai fala.
Mamãe se levanta. — Ok. Vocês sabem ser bem convincentes. — diz.
Eu e papai damos um sorriso de cúmplices, mas meu sorriso se desfaz ao olhar para Alexandre. Ele está tão sério.
— Quero falar com a Mariana antes. — mamãe fala, segurando meu braço.
Levanto e ando com ela até nos afastarmos um pouco de onde estávamos.
— Como você pôde ter mentido para sua mãe? — pergunta.
Olho para ela sem entender. — Eu não menti pra você, mãe.
Ele estreita o olhar. — Nem quando disse que não estava namorando?
— Mas eu não estou.
— E aquele rapaz lá? — pergunta, dando uma olhada nada discreta na direção de Alexandre.
Sabia que ela tinha entendido tudo errado.
— É um amigo. — digo.
— Você acha que um amigo iria se deslocar até aqui para te fazer companhia e te apoiar? Ah, minha filha, achei que você fosse mais inteligente.
Cruzo os braços. — Amigos são para todas as horas. — falo a frasezinha mais clichê do planeta.
Ela quase ri. — Isso é verdade. Mas amigos não se olham do jeito que você dois se olham.
O que? Eu olho para ele do mesmo jeito que olho para as outras pessoas. E ele também. As únicas vezes que ele não me olha normalmente é quando quer dar um de seus olhares malignos, que me dão medo e causam arrepio.
— Não começa, mãe. Você está viajando. — falo. — Deve ser o sono. Você está mesmo precisando dormir.
Ela balança a cabeça. — Jovens... — diz e sai andando, voltando para onde papai e Alexandre estão.
Por que será que mães têm a mania de achar que todos os homens que se aproximam de você, estão apaixonados, querem se casar ou algo do tipo?
Me despeço de meus pais e sento novamente, encostando a cabeça na parede e ouvindo o silêncio do hospital.
Fecho os olhos e deixo os pensamentos fluírem, misturando-se todos e fazendo uma confusão na minha cabeça. Mas não me importo. Confusão maior do que Alexandre causa com seu jeito bipolar, pensamento nenhum é capaz de fazer. E por que raios ele tem que ser tão bonito? Puta merda.
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Meu chefe dominador (Degustação)
ChickLitHistória erótica. Não recomendada para menores de 18 anos.