Sobre o tempo...

7 0 0
                                    


"Time! on whose arbitrary wing
The varying hours must flag or fly,
Whose tardy winter, fleeting spring,
But drag or drive us on to die..."

Sobre o tempo...

Já dizia um irmão de armas chamado Bruce que "nós temos uma última chance para tornar real". Existe um momento ideal para um interlúdio amoroso? Pode sempre o amor como um rio se repor? Um outro amigo chamado Michael dizia que um amor quando acontece é metade timming e metade sorte. Numa manhã gloriosa conheci uma vestal virgem. Sim, elas existiam. Nossa relação estava querendo sair do platonismo e apenas não acontecia algo mais por um caso de oportunidade. E ela, a oportunidade, com suas alvas mãozinhas, não se manifestava. Nossa relação não ganhava o verniz da imoralidade. E isso me encheu o saco! Eu louco como o vento e ela com seu recato tal qual árvore copada. Terminou. Pereceu. Parece-me que perdemos o timming. Gostaria eu de profanar os castos mistérios do hímen não por mero gosto. Ambos jovens, na flor dos anos mas não da mesma seiva... Desabrochava em flor a bela virgem e se arquejava... Nunca mais nos vimos. Tudo é findo. Tudo é findo.
Toda relação chega em determinadas encruzilhadas onde somos nós quem temos de escolher pra onde ela segue. Alguns acabam, pois putrefaram na insossa inércia do indiferente conforto. Outros, porém, seguem exatamente o que deveria ser: um gesto, um meigo som, um breve aceno, então o mancebo espreita o corcel da amante com suas esperanças galopantes. Por que alguns galgam léguas enquanto outros não incendeiam a caldeira? Medo, temos medo. Temos medo do que desconhecemos. Não arriscamos e ficamos onde estamos. Como já entoava a orquestra do Senhor Brett "é melhor perder um amor do que nunca ter amado"... Adeus! Rotos, de todo, íntimos laços, exausto o coração de atroz sofrer, estamos sós – e o que aumenta nosso martírio é saber que não posso inda morrer! Arrisquem-se, jovens, pois no fim, tudo é findo!

L. B.

Byron StalkerWhere stories live. Discover now