Amanhã é um dia muito distante...

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Babe, tomorrow is so far away.
There's somethin' I just have to say.
So it may be too soon I know.
The feelin' takes so long to grow.
I don't think I could hide,
What I'm feelin' inside
Another day.
Knowin' I love you.
And tomorrow may be too late.

Inquietos, no esgar do desvario, suplicando demandam que eu discorra sobre os amores efemeramente conglobados dos nossos dias. Oh, vasto sudário do universo, que gelam as paixões em gritos de egoísmo... A manhã chega e não traz nada mas... solidão. Escuro e tétrico vazio.
Mordiam-se entre si os moribundos e em algum momento do passado, Senhor Jon B. Jovi entoava: ''alguém ainda se apaixona hoje em dia?". Me desculpem, ressupinos e insepultos cadáveres, mas não serei eu que lograrei o contrário.
O que os amores me trouxeram sempre foi o esquecimento do sutil adejo a langue suavidade. Breves. Algumas horas de ventura isentas de dor. Furtava-me um breve espaço ao gozo. Chamavem-me de devasso imprestável, com infidelidades gritantes, mas ia ao encontro dos amores muito mais com um espírito de tédio do que de ardor. E eu não conhecia as redes sociais, onde vasculhamos aos desmaios as vidas alheias, e consumimos romances como quem devora frontes de penachos rubros. Breves como relâmpagos. Mas onde pára, Oh Oscar?
Para quem tem um coração faminto, esperar duas semanas por uma carta ou trocar mensagens em whatsapp é a mesma coisa. Esgotamos facilmente nossas paixões, jamais ribombando a trovoada. ''Os sentimentos levam tempo para crescer'', já dizia uma orquestra de Boston... E como na nossa grata esperança podemos esperar crescê-lo numa época em que se conhecem pessoas aos borbotões gentis e garbosas rosas sobre a leiva tua? Não esperamos, partimos. Sozinhos, com os trenos da lira sonora, afinada. Mas sempre temos a sensação de que ''amanhã pode ser tarde demais'' e queremos viver e calar os queixumes nossos.
Mas, existem os que enxergam o ser amado como sacros objetos de profano uso. Turbam suas solidões profundas como pequenos Príncipes a cativar rosas. E já dizia Antoine que ''é o tempo que se perde com sua rosa que a torna especial e única, diferente de todas as outras''. Dormem sobre o abismo sem que ao menos uma vaga na queda alevantassem. Crescem sonhos, memórias, provisões de doçura. Ao clarão que treme sobre as cinzas, olham-se e morrem-se dando um grito. Tornam-se únicas, Augustas, pra sempre perdidas nas memórias que lhe acordavam o riso.
Faminta a multidão morre aos poucos. Alguns olham para as estrelas e buscam sua rosa. Eu prefiro ficar com o efêmero,o vazio, o Tinder. Não quero perder o tempo necessário para que se cresça a larva das lembranças neste mancebo virtuoso. Nossa época líquida não deixa nada contínuo. Nos apaixonamos e eu sabia que isso tinha que terminar. Porque todos tem um coração faminto.

L.B.

Byron StalkerWhere stories live. Discover now