Os acúmulos.

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I need a map but not the destination
Need a compass but not a conversation
I need the rules but not the regulations
Want the wisdom but not the information
Need the light but not the heat of the day
Sorry you won't fit inside my heart
I wanted love without the build up

Quanto tempo dura um amor? Ah! Que seria do amor? Sem sua inocência, que lhe confere todas as virtudes? Alegria, vigor, magnificência, que com o tempo somem; pois amiúde, amor não ganha com a experiência.

Compartilho o eterno vernáculo do recluso francês, filho de pai cristão e mãe judia, Marcel: o amor bafeja, já exausto, não mais do que meros 15 minutos. É hora... Rouxinóis cantam nênias sentidas. Amor sempre bombástico, espasmódico, banhado por uma luz brilhante, romântica e, às vezes, furtiva, terminando em tédio com nossa partida para novas latitudes e novas conquistas. Graças nos ofertam maçãs de tentações...

Quando alguém se torna tão familiar a ponto de a notarmos tanto quanto notamos elementos onipresentes? Dessa desolação, os corações esfriaram, numa prece egoísta que implorava luz. Só existe prazer nas matas densas; Precisamos do que nos abala o hábito. Que abrolhasse a existência e ao vivo padecer! Com doida inquietação para o trevoso céu. O que ainda não foi transformado em pálidos vapores tão silenciosos como se despertássemos de profundos pensamentos. Na ausência nos esforçamos pra lembrar. A presença diária torna tudo fosfórico. Invisível. Tudo chegou contigo – noite tão gloriosa, a que não se destinam os nossos sonhos. Mais uma vez tudo é escuridão. O fato de estar ali nos encobre a descoberta, de tentar lembrar como era. O amor nasce de pequenas coisas, vive delas e por elas às vezes morre.

Nossa mente é preguiçosa tal qual trêmulos desolados relambendo a mão...Quando algo se torna familiar vira uma rotina e a mandamos para a solitária frieza antes do anoitecer que é a nossa adega cerebral, escondida entre poeiras de neurônios e dendritos. Onde outrora brilhou, talvez, minha razão. Substituto haverá mais nobre que o vinho, se o nosso cérebro já se perdeu? Eu criei as canecas com caveiras! A medida que o tempo passa, toda a relação acumula realidades. Queríamos a paixão mas não queríamos as calcinhas velhas desparzindo pelo chão.

Um inglês chamado Nick Hornby proclamou que o que há de errado com as nossas pétalas descoloridas é que nunca mais a veremos pela primeira, pela segunda vez... Nunca mais vamos sofrer como se com seus passos, pobre ente, os mortos perturbasse, mesmo levemente para lembrarmos como era exatamente seu rosto, o gosto do seu beijo... Ah, nada como vislumbrar o brilho dos olhos sombrios duma mulher! Teu rosto acha-se pálido, úmido esse olhar. O céu mudou-se – e que transformação! Oh noite, tempestade, trevas, sois surpreendentemente fortes, embora sedutoras no vosso poderio. É mais fácil morrer por uma mulher do que viver com ela.

Mas, uma tal Cinderella já cantava: ''Você não sabe o que tinha até perder''. E aí estou eu... Oh, a dormir na sua porta te precisando de volta. Ah, tudo o que poderia desejar, e desejo... Ela se tornou a ausência cega e negrejante... Você quer me ver implorar, baby? Você não pode me dar apenas mais um dia? Você não pode ver que meu coração está se arrastando ultimamente? Eu procuro as palavras para dizer. Uma idealização que força tanto nosso cérebro preguiçoso para ser lembrada que atravessa todas as sinapses e explode no nosso lobo frontal com uma dor nunca sentida. Só um desejo tinha: tua pequena mão a apertar a minha.

Ok, já passou a saudade. Só a mágoa deveria ser a instrutora dos sábios; A dor é dona da sabedoria e o saber amargo. Ai de mim. Adeus! E para sempre embora, que seja para nunca mais. Buscarei meu celular que está às cargas e dar uma olhada no meu Whats...

L.B.

Byron StalkerWhere stories live. Discover now