Capítulo 5

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" Todos temos algo a esconder

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" Todos temos algo a esconder... Algo obscuro dentro de nós, que não queremos que o mundo veja. Então fingimos que está tudo bem. "



– Como foi a escola hoje, Adam ? – o pai perguntou enquanto dirigia o carro.

Ele nunca fazia perguntas desse tipo, mas agora, depois do que havia acontecido com Alan, todo mundo voltava a se preocupar. Antes eles mal iam para à casa da vovó, agora a família queria estar sempre reunida. Adam sentia pela morte do irmão, mas no fundo achava tudo isso um teatro muito patético. Agora era tarde demais pra tentar uma aproximação que eles tiveram dezesseis anos para fazer.

– Como sempre – murmurou em resposta.

– Como sempre, como ? – o pai insistiu.

– Como sempre chata.

– Não precisa ficar mal-humorado – a mãe ralhou.

Adam suspirou.

– Eu não estou mal-humorado, apenas respondi a pergunta feita pelo meu pai. Queria o quê ? Que eu mentisse e dissesse que amei a escola e gostaria de ficar lá o dia todo ?

Os pais desistiram de tentar manter a conversa e começaram a conversar ambos sozinhos, enquanto Adam colocou os seus fones de ouvido e ligou o MP3 do seu celular. Ele gostava de escutar as músicas de My Chemical Romance, The Bravery, Scorpions e Linkin Park.

Então algo na pista chamou a atenção de Adam. A garota nova da escola, qual era mesmo seu nome ? Selene. Ela estava andando sozinha no meio-fio. A pista era rodeada por uma área de proteção florestal, havia muitas árvores e o local chamava a atenção pelo alto número de estupros ocorridos na redondeza. Eram cinco da tarde, logo iria anoitecer, a cidade ainda estava um pouco longe, e ela estava andando sozinha, no meio-fio, numa pista com vários carros em velocidade livre e ainda mais numa área perigosa como aquela.

– Caramba, essa é muito corajosa – o pai de Adam comentou.

– Ela estuda comigo – Adam murmurou.

– Está falando sério ? – sua mãe perguntou. – É nova na cidade ? É muito perigoso deixá-la sozinha por aí. Talvez a gente deva parar e oferecer carona.

– NÃO! Nada disso, eu mal a conheço. É certo afirmar que estava conversando com ela hoje, mas melhor não. Ela... Não. Vamos logo para a casa da vovó. Por favor.

A mãe de Adam deu de ombros e eles continuaram rumo à casa dos avós.

A garota no meio-fio andava como se estivesse bêbada, meio cambaleando. E olhava os carros passarem. Às vezes ela fazia menção de atravessar, mas então se virava e continuava a andar para a cidade, o que atrapalhava o tráfego dos outros carros.

Adam ficou a observando pelo vidro fechado do carro, então aumentou o volume dos seus fones e fechou os olhos.

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A lenda de Selene Adams. (PARADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora